Política
Lula Marques/ Agência BrasilPublicado em 11/08/2023, às 14h09 Cadastrado por Bernardo Rego
Após declarar sobre a possibilidade de extinção do rotativo do cartão de crédito, em audiência realizada no Senado Federal na quinta-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse que tomou um “puxão de orelha”.
Campos Neto confirmou a represália, nesta sexta-feira (11), na participação de um seminário promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná. “A gente não tem os detalhes ainda (sobre a possível extinção do rotativo). Eu tomei um puxão de orelha depois do que eu falei”, afirmou.
O economista afirmou que não esperava que a sua fala causasse tanta repercussão, como aconteceu. “Quando faz uma apresentação, a gente sempre acha que o headline vai ser um, mas sempre é outro”, brincou Neto.
“Nossa ideia era fazer um plano onde a gente passasse por ter o parcelamento, ou seja, não ter o rotativo, de tal forma que equilibrássemos os números para o produto. É importante que o cartão de crédito continue sendo uma alternativa viável”, salientou.
Ainda segundo o gestor do BC, a discussão sobre o rotativo do cartão vem sendo feita em parceria com o Ministério da Fazenda. “Se você tem um produto que tem inadimplência de 54%, você tem um problema no produto”, disse. “Nos próximos dias, devemos ter um formato mais decisivo”, concluiu.
O rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada no cartão. Ela é acionada por quem não pode pagar o valor total da fatura na data de vencimento. Em caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma de quitação da dívida, em condições mais vantajosas, em um prazo de 30 dias.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo caiu para 437,3% ao ano em junho, de acordo com dados do BC.
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