Primeiro debate entre candidatos ao governo não teve vencedor

O primeiro debate na TV com os candidatos ao governo da Bahia não teve vencedor. Durante as duas horas de embate, na noite desta quinta-feira (28), Paulo Souto (DEM), Rui Costa (PT), Lídice da Mata (PSB), Marcos Mendes (Psol) e Da Luz (PRTB), trouxeram a público o esperado. A polarização entre demista e petista ficou clara. “Foram colocadas perguntas sobre problemas crônicos que não foram resolvidos nem por um grupo e nem por outro, que passaram oito anos no poder”, analisou o cientista político e professor da Ufba, Jorge Almeida.

O inusitado, segundo Almeida, ficou por conta do Hospital Dantas Bião, de Alagoinhas. A discussão sobre a paternidade da unidade hospitalar, que já vinha dominando o horário eleitoral, tomou outro contorno. “A discussão que começou com o questionamento sobre quem construir o hospital, acabou com a pergunta sobre quem destruiu”, assinalou.

Na discussão sobrou para o ex-governador César Borges, que deixou o PR após perder o prestígio dentro do partido. Souto disse que teve que reconstruiu o hospital em 2005 porque não havia nada que funcionasse. Rui tentou ironizar e errou na cronologia. Culpo ACM, morto em 2007, pela herança ruim. Paulo Souto chamou a atenção do petista. Moral da história. Souto herdou o Bião em situação caótica das mãos do seu antecessor e ex-coreligionário César Borges, que hoje é aliado de Rui e do PT. “O efeito bumerangue batendo”, ironizou Jorge Almeida.

Lídice da Mata (PSB), que poderia se colocar como terceira via, ainda não conseguiu, segundo Jorge Almeida. Ela ‘bateu’ em Rui, mas não convenceu. Questionou a falta de experiência, já que ocupou secretarias meios (Relações Institucionais e Casa Civil) e não fins, mas o fatopode não render bons frutos. “Para ela está sendo difícil porque fez parte do governo até sete, oito meses atrás. Foi aliada do PT pelo menos nos últimos 20 anos. Como explicar para a sociedade que é uma alternativa?”, questionou Jorge Almeida.

Dos ‘pequenos”, Da Luz, repete as mesmas coisas o tempo todo, não se esmera em aprofundar tema algum. E pior. Perdeu a graça, a “luz”, que tinha quando surgiu anos atrás. Marcos Mendes demonstrou conhecimento sobre a Bahia. “Mendes ocupou uma posição mais a esquerda. Da Luz perdeu aquela cosia engraçada e não consegue ocupar mais o espaço exótico de antes”, asseverou Jorge Almeida.

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