A segunda ausência seguida do candidato ao governo da Bahia pelo PT, Rui Costa, em encontros com os postulantes ao Palácio de Ondina, organizados por segmentos da sociedade civil, não passou despercebida desta vez pelo principal adversário do petista, o postulante Paulo Souto (DEM). No debate sobre segurança pública realizado na Universidade Federal da Bahia (Ufba) na última quinta-feira (17), o democrata preferiu não comentar a ausência do adversário.
“É preciso ter coragem para enfrentar este problema e o candidato do atual governador mais uma vez se ausentou de um debate sobre a violência, numa clara demonstração de incapacidade de tratar uma questão que aflige diretamente a vida de baianas e baianos”, criticou Souto durante evento promovido pela Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência, na Defensoria Pública, em Salvador, na manhã desta segunda (19).
Além de Paulo Souto, participaram do "Encontro das Mulheres com Candidatos ao Governo do Estado" Lídice da Mata (PSB), Renata Mallet (PSTU), Da Luz (PRTB), e uma representante de Marcos Mendes (Psol), o que gerou protestos dos participantes.
A Rede de Atenção à Mulher apresentou um documento com 10 propostas de políticas públicas para a avaliação dos debatedores. O candidato da coligação “Unidos pela Bahia”, prometeu, caso eleito, desenvolver políticas públicas para mudar o atual cenário negativo da violência contra à mulher no estado. “Não podemos nos omitir diante da situação atual, em que a Bahia possui a segunda maior taxa de homicídios femininos do país. Muito menos ficarmos passivos com o aumento de 168% no número de estupros, nos últimos anos, em nosso estado”, defendeu Souto, ao lembrar que criou o Conselho Estadual de Defesa do Direito da Mulher, quando governador.
Paulo Souto concordou com as propostas apresentadas de fortalecimento e manutenção da Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres, do aumento de recursos públicos para o combate à violência contra a mulher, interiorização e ampliação do número de delegacias especializadas e serviços de saúde para vítimas da violência, bem como intensificar a articulação do governo com o poder judiciário, defensoria pública e ministério público. O postulante demista ainda citou a Lei Maria da Penha, o que considerou “um grande avanço” na proteção à mulher. “Mas a sua eficácia é reduzida, por causa da insuficiência de instrumentos que possibilitem a sua efetivação”, disse, assinalando ter o propósito de contribuir para tornar a legislação mais eficaz.
