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Políticos apontam transporte público como maior falha do carnaval de Salvador

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Organização da festa foi elogiada, principalmente, levando em consideração os anos anteriores  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/03/2014, às 09h09   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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No ano passado, o prefeito ACM Neto fez questão de deixar claro que o carnaval de 2013 ainda não seria a festa com a marca da atual gestão. Este ano, a Prefeitura de Salvador teve tempo para preparar a folia momesca e implantou inúmeras alterações em relação às edições passadas. Vereadores e deputados avaliaram as mudanças implantadas pela gestão este ano e propuseram alternativas paras os próximos carnavais. A maior preocupação é em relação ao transporte público.

O vice-líder da bancada do governo na Câmara Municipal de Salvador, vereador Leo Prates (DEM), destacou, como ponto positivo, a organização da festa. “Teve uma maior participação popular e estímulo ao folião pipoca. A meu ver, as mudanças efetivadas foram muito acertadas. Tivemos um dos melhores carnavais de todos os tempos, num novo modelo econômico autossustentável”, avaliou.

Para Prates, no entanto, o transporte público ainda precisa ser aperfeiçoado. “Tivemos muitas modificações no trânsito este ano, mas ainda temos muito a avançar. Melhorou consideravelmente em relação aos outros anos, mas precisamos continuar progredindo. Alinhar a questão dos taxistas, ônibus, mototaxistas, que prestam um importante serviço à nossa cidade para que possamos oferecer um serviço cada vez melhor para a população”, ponderou.

Se para o vereador do Democratas, foi uma das “melhores festas de todos os tempos”, a oposicionista vereadora Aladilce Souza (PCdoB) achou o carnaval de 2014 esvaziado, especialmente no Circuito do Campo Grande.  A comunista viu pontos positivos, mas ressaltou a necessidade de resgatar a alma dos antigos carnavais.

“Tivemos coisas positivas, mas também problemas que precisamos ter um esforço conjunto para repensar. Esse modelo dos blocos e camarotes, muito comercial, ainda predomina. Muita gente viaja em pleno carnaval. É preciso resgatar esse público e  o carnaval da espontaneidade. Até agora, temos embriões com o projeto do Furdunço, que avalio de forma positiva. Precisamos fazer um carnaval mais criativo, que tenha uma identidade. Sinto que estamos meio perdidos”, criticou.

Já o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) saiu em defesa dos blocos afro e do fortalecimento do Afródromo. O edil soteropolitano chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas agremiações durante todo o ano, a falta de patrocínio e o esforço que as entidades precisam fazer para desfilar no carnaval.
"Enquanto uns tem tudo a favor, os blocos afro precisam brigar contra tudo e contra todos para fazer o carnaval. O prefeito ACM Neto tem que ter a sensibilidade e entender isso", declarou.
Suíca também destacou no sábado (1º), na abertura do Camarote da Câmara Municipal de Salvador, no Campo Grande, as mudanças feitas pela prefeitura na organização do Carnaval deste ano, sobretudo, no circuito Osmar, e na valorização dos trabalhadores terceirizados e dos profissionais que atuam na limpeza dos circuitos da folia.
Segundo o vereador, é importante destacar o reajuste de 38% que foi concedido pela prefeitura na gratificação dos três mil trabalhadores da limpeza. "Eles deram um show", avaliou.

O ineditismo da utilização de gastos públicos com o carnaval foi comemorado pelo deputado estadual Paulo Azi (DEM). Uma rua “mais organizada” e um “trânsito melhor” foram destaques, na avaliação do parlamentar.

“Acho que a prefeitura avançou em muitos pontos. O principal foi fazer um carnaval sem utilizar recursos públicos. Esses investimentos podem ser destinados a outras áreas. Foi a primeira vez na história que o carnaval gerou lucro para a cidade”, festejou.

O transporte público, também para Azi, foi o principal problema. “A rua estava muito mais organizada e os ambulantes. O trânsito melhorou muito. A ideia aperfeiçoar ainda mais. Muitas pessoas se queixaram da distância para conseguir pegar o transporte. Acho que precisaríamos fazer uma maior adequação para que as pessoas consigam pegar os veículos com mais facilidade. Mas o resultado da festa, no geral, foi extremamente positivo e influenciou, inclusive, na redução da violência no carnaval”, argumentou.

A deputada estadual Luiza Maia (PT), que saiu com o Bloco Antibaixaria na Mudança do Garcia, avaliou positivamente a festa, mas também fez críticas.

“Na festa do Garcia, defendemos a ampliação da Lei Antibaixaria para os municípios. Achei que nesse ano a festa foi muito mais organizada e gostei, especialmente, da escolha do rei momo Renildo Barbosa. O que não gostei foi o patrocínio da cerveja. A pessoa foi forçada a beber uma cerveja que não gosta. Para os próximos anos, defendo a ampliação da saída dos grandes artistas sem aquelas cordas horrorosas. Acho formidável os artistas que nós amamos saindo para todo mundo curtir”, afirmou Luiza Maia.

Publicada no dia 5 de março de 2014, às 20h01


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