Política

Porto Sul: Wagner dispara contra “forças do atraso”

Imagem Porto Sul: Wagner dispara contra “forças do atraso”
Governado alerta para ação articulada de grupos econômicos contrários ao desenvolvimento do estado   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/12/2012, às 08h57   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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Um dia depois de o governador Jaques Wagner (PT) criticar enfaticamente os que trabalham contra a construção do Porto Sul por interesses comerciais, a presidente Dilma Rousseff anunciou a inclusão do equipamento de infraestrutura no Programa de Investimento em Logística na área de portos em Brasília.

Ao todo, o programa prevê investimentos, entre público e privado, na ordem de R$ 54 bilhões nos próximos anos. “Estou consciente do trabalho que fizemos. Nos reunimos com o Ministério Público e com todos aqueles que estavam dispostos a dialogar. Estamos cientes da necessidade que a Bahia tem de estar nas rotas comerciais da economia global”, declarou Wagner no evento desta quinta-feira (6).

A celeuma envolvendo o Porto Sul tem diversos vieses passando pelas legitimas interpelações quanto ao dano ambiental que será provocado e chegando aos interesses dos que atualmente detém valiosos contratos para transportar a produção baiana. O governador não cita nomes ou empresas, mas o pano de fundo que se pinta é esse.

“Não sejamos ingênuos, que nesse jogo tem verdadeiros defensores de conceitos sobre meio ambiente que discordam disso e daquilo e com os quais dialogamos. Apresentamos as compensações ambientais e consegue-se fazer alguma coisa. Vai tocar, mas vai tocar naquilo que menos custa ao meio ambiente e fazendo a compensação ambiental que é própria”.

Agora, continua Wagner, tem também interesses comerciais nisto. “Não se enganem. Não seremos nós que cairemos nesta de que é tudo do bem. Muitas vezes, o guarda-chuva do bem está abrigando uma coisa menor e mesquinha de não querer que a gente consiga se desenvolver. Olha que minha cabeça não é conspirativa. Mas, existem várias forças militando todos os dias no Tribunal de Contas da União para criar dificuldade”.

De acordo com Wagner, este é o papel que cumprem aqueles que não querem o desenvolvimento da Bahia. “O Oeste tem que produzir e tirar o produto de lá. Nós precisamos importar para lá. Não tem nenhum louco que está querendo degradar nada. Aqui está um louco por desenvolver a Bahia criando novos investimentos dentro de uma regra ambiental razoável. Vamos sentar e discutir”.

A licença ambiental prévia conseguida após muitas discussões está valendo, mas os Ministérios Públicos Federal e Estadual questionaram e o Ibama pode retirar o direito do governo dar continuidade ao lento processo de licitação e formatação do modelo de projeto. Contraditoriamente, de acordo com Wagner, o Ibama considerou o licenciamento do Porto Sul exemplar.

Wagner ressalta que foi o licenciamento com o maior número de pessoas participando de suas audiências públicas. Segundo o governador, somente a de Ilhéus reuniu mais de quatro mil pessoas. Somando todas, foram mais de sete mil interessados discutindo o processo. “Deu trabalho, mas marcamos um tento”.

Se o curso normal for mantido, a expectativa é de que no primeiro semestre de 2013 seja concluída a licitação, já contendo o modelo de projeto – se PPP e qual forma de PPP -, e as obras terão, enfim, início.


Nota originalmente postada às 17h45 do dia 6

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