Política

Professores protestam contra governador na AL

Imagem Professores protestam contra governador na AL
Categoria cobra cumprimento de acordo para reajuste do salário em 22,22%  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/04/2012, às 09h16   Marivaldo Filho


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Munidos de faixas, camisas de protesto e cartazes, trabalhadores em educação participaram da sessão desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa, e manifestaram-se contra o governador do Estado, Jaques Wagner, e contra o que consideram “desvalorização da profissão de professor”. O aumento de 22,22%, exigido pela categoria e prometido pelo governo, foi avaliado como “irreal” pela maioria dos parlamentares do Legislativo.

Para o deputado estadual Gildásio Penedo (PSD), apesar do reajuste requerido pelos professores ser um valor “inatingível”, o governo tem a obrigação de negociar com a classe. “Os 22,22% é irreal, mas é importantíssimo que sejam reiniciadas as negociações. Um entendimento tem que acontecer com celeridadel”, declarou.

Mas foi o pronunciamento do deputado Zé Neto, líder do governo na AL, que provocou a ira dos trabalhadores. O petista acredita que o aumento pedido pelos professores trará dificuldades aos cofres públicos. “Esse reajuste traria R$ 520 milhões de ônus. Defendo a melhoria da educação e da qualidade do ensino, mas isso comprometeria significativamente o nosso limite fiscal. Não temos orçamento para cobrir”, explicou.

A resposta dos educadores veio de imediato. A professora Cristiane Santos, em entrevista ao Bocão News, desabafou contra os pronunciamentos dos deputados.

“Eles dizem que estão do nosso lado, que querem melhorar a educação, mas não estão.Querem colocar na mídia que pagam mais do que o nosso piso, mas estão tirando as nossas gratificações e o nosso ganho real. Desta forma, nenhum professor, vai se sentir motivado a estudar mais, fazer uma pós ou um mestrado. É assim que eles querem uma educação melhor? Os professores estão sendo completamente desvalorizados pelo governo Jaques Wagner. Quando era pedra, lutava ao nosso lado. Hoje, vidraça, não quer nem negociar”, criticou.

Entenda o caso

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) recorreu da decisão judicial que decretou a greve da categoria ilegal e determinou o retorno dos profissionais ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A liminar foi pleiteada pelo governo estadual, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, e concedida pelo juiz Ricardo D´ávila, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador. “Assim que recebemos a notificação, recorremos imediatamente. Aquela foi a decisão de um juiz. Queremos saber a decisão de todo o tribunal. Até lá, a greve continua”, informou Rui Oliveira, presidente da APLB.

Segundo ele, a decisão em manter a greve foi tomada em conjunto, com a participação de todo o comando grevista. Oliveira também prometeu que a paralisação só será encerrada com uma determinação vinda do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda na segunda, o sindicato solicitou aos deputados que retirem o projeto enviado pelo governo que fixa o subsídio para a carreira do professor com titulação em ensino médio específico completo ou licenciatura de curta duração e de professor não licenciado.

Fotos: Gilberto Júnior// Bocão News


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