Foi publicado na segunda-feira (31), no Diário Oficial da Bahia, os decretos de 'utilidade pública para fins de desapropiação", de 4.841 hectares de terras (equivalentes a 4.841 campos de futebol) dos municípios de Vera Cruz e Itaparica, que devem ser reservados para o projeto da ponte Salvador-Itaparica. A informação foi repercutida nesta terça-feira (1º) na coluna de Biaggio Talento, Jornal A Tarde.
Segundo a nota de Biaggio, esta área equivale a cerca de 20% da ilha. A coluna informou também que o secretário de Planejamento do Estado da Bahia, Zezéu Ribeiro, disse que esta grande extensão será desapropriada para previnir - além das especulações imobiliárias - garantir a implantação de áreas de preservação ambiental, urbanização e o sistema viário que fará parte da ponte - incluindo aí a duplicação da atual rodovia que corta a ilha.
"O número de propietários é pequeno e o de posseiros maior. Já temos esta identificação cartorial e vamos fazer agora in loco", disse Zezéu à coluna, sobre o povoamento da área que será desapropiada.
Esboço - R$ 7 bilhões. 11,7 km de extensão. Seis vias de circulação e duas de acostamento. 27 metros de largura. Estas são as principais características da ponte que, provavelmente, irá ligar Salvador à Ilha de Itaparica a partir de 2018, segundo projeto lançado pelo Governo do Estado.
O secretário de planejamento do estado, Zezéu Ribeiro, oficializou no dia 29 de setembro o que o governo chamou de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do Sistema Viário Oeste (SVO) - que integra a ponte Salvador-Itaparica, além da duplicação das BA's 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo AntÔnio de Jesus.
"A ponte é o indutor de crescimento da Bahia", ressaltou Zezéu. A intenção é que a partir da duplicação das BA's seja implatada uma nova rodovia ligando os municípios de Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e, a partir daí, a duplicação da BA 493 até o entrocamento com a BR 116. "Queremos gerar emprego, renda e mais qualidade de vida para quem mora na Ilha", afirma o secretário de planejamento.
Com relação à participação do estado e do município nos R$ 7 bilhões, o governador do estado, Jaques Wagner, que também esteve no evento do mês passado, disse que este rateamento ainda não foi definido. "Não podemos perder oportunidades. Não temos hoje este dinheiro. Mas o que faz dinheiro é um bom projeto".
Um estudo ainda será feito para analisar os danos que este tipo de estrutura pode causar ao meio ambiente. "Existe uma preocupação particular que não haja degradação da cultura e do ambiente da ilha", destaca Wagner. O prefeito de Vera Cruz, Antônio Magno, comemorou a obra. "A expectativa é grande. Até quero convidar nosso governador a morar na ilha depois da ponte", brinca Magno.
Brincadeiras à parte e um resquício de dúvidas. Sem muitos esclarecimentos, mas já com tantos números - um certo frio na barriga já se volta contra a população da ilha e de Salvador. A previsão é que os trabalhos comecem em 2014, em plena copa e durem cinco anos. O importante é que a população não sofra com o 'mal da espera do baiano' e não fique mais de uma década à ver navios.
