O PSDB ainda recolhe os cacos da última campanha presidencial. O partido se dividiu e diretórios de estados que estavam, há muito, submetidos à política dos tucanos paulistas e mineiros passaram a querer mais espaços.
A legenda também vem perdendo quadros importantes, tanto para o ainda não liberado PSD quanto para outros partidos que ganham expressão no cenário nacional.
Em Salvador, a última baixa foi o vereador Jorge Jambeiro. Queixoso do espaço dentro do partido e da falta de perspectiva eleitoral o edil deve migrar para o badalado PP, do prefeito João Henrique, do ministro das Cidades Mário Negromonte e do chefe da Casa Civil João Leão.
O presidente estadual do PSDB, Sérgio Passos, ex-deputado estadual, nega que o vereador tenha perdido espaço no ninho tucano. Ao contrário, ressalta que Jambeiro tem tudo o que um legislador de Capital deve ter dentro de uma sigla.
“Jambeiro tem acompanhado e participado das ações do PSDB na parte democrática e publicamente através dos meios de comunicações. Publicamente, todos nós sabemos que a gente tem um pré-candidato importante que é o ex-prefeito Antonio Imbassahy. Segundo, ele é vice-presidente do partido em Salvador. Faz parte da executiva estadual e tem os mesmos espaços de comunicação, de ampliação dos espaços para trabalhar a filiação de membros ao nosso partido que todos têm. Então, não procede ele informar que não espaços internos dentro do partido”.
Em conversa com a reportagem do
Bocão News o presidente do partido reforçou a ideia de uma candidatura única do bloco de oposição, contudo, o ex-deputado não descarta a possibilidade dos três – ACM Neto (DEM), Mário Kertész (PMDB) e Imbassahy (PSDB) – saírem cada um na sua.
“Nós temos uma carta de intenções dos três pré-candidatos. O tempo e o momento da política é que vai dizer como se desvendara esta questão. A política é muito mutante e fluída. O que a gente está vendo hoje, amanhã não vê mais. Nós trabalhamos com a hipótese forte que é termos uma candidatura única para vencer as eleições de Salvador”, concluiu.
Rio de Janeiro
Na edição desta semana, o jornalista Mauricio Dias publica em sua coluna Rosa dos Ventos, a informação sobre como estão os tucanos no Rio de Janeiro. Confira na integra:
Fundo do poço I
A crise do PSDB do Rio de Janeiro é a imagem mais perfeita da situação do partido nacionalmente. A tradução disso é o conflito vivido por três dos tucanos no estado, em torno da antecipação da disputa nas eleições municipais de 2012. São eles Zito, prefeito de Caxias, cidade eleitoralmente estratégica na populosa Baixada Fluminense, Andrea Gouvêa Vieira, a vereadora mais atuante na Câmara carioca, e, por fim, Otávio Leite, um dos dois deputados federais da bancada do Rio.
Fundo do poço II
Zito já pediu desfiliação e Andrea, pré-candidata à prefeitura, namora o PV e já disse que está com “um pé fora do partido”. O PSDB, sem Zito e Andrea, perde força na base e no topo da pirâmide social dos eleitores, respectivamente. Leite, que também vira os olhos para a prefeitura carioca, admite:“Estamos no fundo do poço e precisamos voltar a crescer”.
Foto: Paulo Macedo // Bocão News
