Política

Nilo inaugura novo anexo de R$ 21 milhões

Publicado em 23/09/2011, às 00h37   Luiz Fernando Lima


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O dia foi de festa na Assembleia Legislativa da Bahia. Após dois anos e R$ 21 milhões investidos, os deputados estaduais e servidores do parlamento baiano podem utilizar todo o espaço do novo anexo Senador Jutahy Magalhães.

A cerimônia de inauguração contou com a participação dos principais quadros políticos do estado. O filho do homenageado, deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB), ao lado do presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), do governador Jaques Wagner e do ex-governador Waldir Pires, ambos petistas, foram os responsáveis pelos efusivos discursos.

A trajetória política do ex-senador foi o fio condutor dos depoimentos. Waldir, Nilo e Jutahy se emocionaram ao recordar dos momentos compartilhados com o homenageado. O primeiro encabeçou a chapa majoritária vitoriosa ao governo do estado em 1986 e tinha Jutahy ao seu lado como candidato ao senado. Nilo foi iniciado na política pelas mãos do “padrinho” como sempre fez questão de dizer. O terceiro é filho.

A despeito das sucessivas negativas do presidente do Legislativo, o que se comenta é que a proposta e defesa do nome do prédio, que foi realmente aprovado à unanimidade pela Mesa Diretora da Assembleia, veio dele.

O novo anexo vai abrigar novos gabinetes das lideranças partidárias, dos blocos, uma biblioteca, a sala da assessoria de imprensa, entre outras. A bancada feminina também foi contemplada após pressionar o chefe da Casa.

O caso soa pitoresco. Aconteceu durante a sessão da última terça-feira (20). Enquanto a oposição obstruía a votação do projeto que autorizou o governo a pegar o empréstimo de U$ 600 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a bancada feminina emparedou o presidente pedindo uma sala no prédio novo. Nilo, com a habilidade que tem tido para lidar com estes assuntos, assumiu e cumpriu o compromisso.

Bastidores

Durante os discursos da cerimônia de inauguração o que se via em frente ao anexo era a costura política. Representantes de praticamente todas as legendas conversavam sobre o assunto do momento: as eleições de 2012.

A confirmação de filiação ao PMDB do radialista Mário Kertész, que entra oficialmente no rol dos possíveis candidatos de oposição. A necessidade de fortalecer e unificar a base de apoio ao governador Jaques Wagner para consolidar o nome do deputado federal Nelson Pellegrino e a intenção, até o momento, inegociável do PCdoB e PSB de lançarem postulantes próprios na peleja era os temas prediletos.

Contudo, ninguém se arrisca a definir um fechamento do cenário. Prognóstico são muitos. Neste sentido, outro assunto tratado era a iminência do pronunciamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o registro nacional do PSD.

Ao que tudo indica, o partido encabeçado na Bahia pelo vice-governador, Otto Alencar, será homologado e chega incomodando tucanos, democratas e peemedebistas. Causa estremecimento também entre os  governistas. Como já foi noticiado, na Assembleia eles serão 11, a segunda maior bancada da Casa, atrás apenas do PT.

Contas

O valor do novo prédio foi divulgado, custou R$ 21 milhões. Investimento justificado pelo presidente da Casa, pois, segundo ele, era necessário ampliar os espaços para que os deputados desenvolvam melhor suas atividades.

A despeito de não ser prerrogativa dos parlamentares, causa alguma estranheza o fato de nenhuma conta referente aos três mandados de presidente de Marcelo Nilo ter sido julgada pelos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O presidente, sempre que questionado sobre o assunto, joga a peteca para o lado do tribunal. O tribunal, na figura de sua presidente, Ridalva \Figueiredo, não se posiciona sobre o tema espinhoso. O que se sabe é que em junho último o conselheiro Antônio Honorato se declarou impedido de julgar as contas do chefe do Legislativo referentes ao ano de 2008.

O mesmo membro da corte é responsável pelas contas de 2007. Portanto, os dois primeiros anos de presidência de Nilo ainda precisam de relator. Os outros anos tampouco são citados em entrevistas ou declarações oficiais do tribunal, que é ligado à Assembleia. Até que tudo esteja à disposição da população, o zunido da mosca continua sendo um incômodo.

Fotos: Paulo Macedo // Bocão News

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