Política

Rui Costa nega mudança no comando da SSP após sucessivos ataques de facções

Publicado em 15/08/2017, às 19h58   Juliana Nobre e Eliezer Santos


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Às vésperas de nova reforma administrativa, o governador Rui Costa (PT) afirmou, nesta terça-feira (15), que não fará mudanças no comando da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). A questão foi suscitada após sucessivos ataques de facções criminosas em diversas áreas de Salvador e municípios da Bahia nos primeiros dias de agosto.

“Não há previsão disso. Nossa postura continuará sendo a mesma, por isso que nós criamos um novo pelotão [Companhia de patrulhamento Tático Móvel - Patamo]. Não nos intimidaremos e não aceitaremos domínio de território por quem quer que seja. Por isso, as forças policiais estarão sempre atentas para reagir”.

Segundo Rui, as ações de combate à violência, tráfico e consumo de drogas carecem de discussão nacional na atualização das políticas públicas de enfrentamento na raiz do problema, com mudanças na lei de execução penal.

“Eu sempre quero reiterar meu apelo a toda sociedade e ao Congresso Nacional, precisamos fazer um grande debate, isso é urgente. Esse assunto da segurança pública tem caráter de emergência no Brasil. Há uma epidemia no consumo das drogas. É importante que o País discuta uma política de comunicação e saúde pública que possa reverter essa situação”.

“Acho uma aberração, absurdo alguém portar um fuzil, tirar a vida de uma pessoa e, com apenas dois ou três anos, estar respondendo em liberdade. Isso não se sustenta do ponto de vista de exemplo, de referência. Não conheço lugar do mundo que possa ter isso [...] É preciso discutir penas mais severas”, completou.

O governador ainda criticou o alto índice de solturas a partir de audiências de custódia na Bahia. “A sensação é muito difícil, um policial muitas vezes arrisca sua vida [...] você prende alguém com uma pistola e essa pessoa depois sai dando risada para o policial que acabou de prendê-lo”.

Ônibus incendiados

Na última quinta e sexta-feira (10 e 11) dois ônibus coletivos foram incendiados no Stiep, próximo ao Centro de Convenções, e no final de linha do bairro de Tancredo Neves.

Os ataques aumentaram o clima de insegurança entre rodoviários e usuários e ainda comprometeram a livre circulação dos ônibus.

Toque de recolher

Ainda na sexta-feira (11), bandidos que fazem parte da facção criminosa do traficante Marcelo Batista dos Santos, conhecido como Marreno, determinaram toque de recolher na Avenida Jorge Amado, no Imbuí, em Salvador.

O grupo também foi acusado de tentar fechar o comércio na cidade de Catu, na Região Metropolitana de Salvador.

Nessa segunda-feira (14), policiais prenderam dois homens acusados de ameaçar moradores e comerciantes de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, com mensagens de “toque de recolher”.

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