Os deputados estaduais continuam cobrando as emendas impositivas que deveriam ser pagas pelo governo estadual conforme determina a lei. Um acordo firmado entre o presidente da Assembleia Legislativa Angelo Coronel (PSD) e o governador Rui Costa (PT) estabeleceu que parte destes recursos fosse empenhado até o final de julho, o que não aconteceu.
A Assembleia tem projetos sobrestando a pauta e nesta semana não houve votação justamente pela falta de cumprimento do combinado. Alguns deputados falam abertamente sobre o assunto e colocam o travamento da agenda como forma de pressão ao governo. O objetivo é conseguir ao menos uma fatia daquilo que é ofertado como emenda. Outra parte de deputados, inclusos os da oposição, não tratam o assunto publicamente, mas preferem que as emendas não sejam pagas. Duas razões são apontadas para isso e ambas integram o campo da política. Como os recursos são transformados em bens ou serviços, a exemplo, de trator, ambulância, viatura, equipamento hospitalar e poços artesianos, a quantidade disponibilizada é insuficiente para atender a todos os prefeitos que integram a base eleitoral do parlamentar, neste sentido não é de todo ruim ficar sem receber.
Ainda há o fato de que o argumento político, de não cumprimento, serve para o discurso diário que busca desgastar o governo e prepara o campo para a colheita eleitoral. Este é um ponto relevante visto diariamente quando os deputados sobem ao púlpito do plenário reformado para disparar criticas a Rui Costa.
O secretário de Relações Institucionais Josias Gomes (PT) garante que o governo irá cumprir o compromisso. “Estamos trabalhando para cumprir. Os esforços estão sendo feitos, mas tem coisas que não dependem apenas de nós. Fornecedores que não entregaram os equipamentos comprados e que venceram as licitações são exemplos de situações que nos deixam em falta com os deputados”.
Josias diz que o cenário econômico quando o governador assumiu o compromisso não é o mesmo de hoje e que isso também prejudica o cronograma. “No que depender apenas de nós vamos cumprir tão logo seja possível, com mais brevidade”.
Publicada no dia 10 de agosto de 2017, às 17h10
