Política

Estudantes insatisfeitos com a gestão de João Doria manifestam

Publicado em 10/08/2017, às 14h59   Redação BNews


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Cerca de 60 estudantes se reuniram na quarta-feira (9) no plenário da Câmara de Vereadores, no Centro de São Paulo, e afirmaram na manhã desta quinta-feira que não sairão de lá até que as exigências sejam atendidas: plebiscito para análise das privatizações do prefeito João Doria e o passo livre estudantil durante 24h.

"A cidade é nossa, os patrimônios são nossos, os parques são nossos, o bilhete único é público e é nosso, e o João Doria não pode entrar na cidade que é nossa e vender nossos patrimônios", disse Nayara Souza, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo, para o G1.

Os manifestantes querem que seja votado em caráter de urgência um plebiscito para o pacote. Prosseguem na Câmara os três projetos que propõem plebiscito: das vereadoras Sâmia Bonfim (PSOL) e Patrícia Bezerra (PSDB), e do vereador Alfredinho.

O projeto da vereadora Patrícia, que foi secretária de Direitos Humanos e deixou a gestão de Doria após operação na Cracolândia, pede plebiscito para as vendas definitivas. O de Sâmia é amplo e quer consulta para as concessões. De acordo com a vereadora do PSOL, isso só prova como diferentes setores estão "descontentes com essa dinâmica da Prefeitura". Sâmia afirma que projetos chegam inesperadamente e a aprovação tem que ser feita o quanto antes, por ordem do prefeito.

Os projetos sobre o plebiscito serão levados para a próxima reunião do colégio de líderes que ocorrem na terça-feira (15), segundo o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM).

"Único ponto que avançou alguma coisa foi na apreciação pelo colégio de líderes da disposição do plebiscito". Projetos individuais de vereadores não costumam ser analisados pelos líderes dos partidos, que fazem parte do colégio.

Em relação ao passe livre, Milton Leite, afirma ser "descabida", por não ter verba. Segundo ele, há dificuldades para fechar orçamento de 2017.

Os estudantes decidirão coletivamente sobre como irão agir caso tenha intervenção policial. Leite disse que o fim da manifestação será negociado depois da decisão judicial sobre a reintegração de posse.

Por conta da reivindicação, a sessão da Câmara foi transferida para o salão nobre da Casa.

Por volta das 21h o acesso à água, banheiros e comida foram liberados. Após cinco adolescentes saírem, a entrada de alimentos foi permitida. Milton Leite passou a noite em seu gabinete.

Novas regras

Para fazer uso do Passe livre Estudantil no transporte público de São Paulo, que entrou em vigor no último dia 1º, o estudante continua tendo direito a oito viagens por dia, porém, com tempo reduzido para usufruir delas. A redução foi determinada pela Prefeitura em julho, assim que começaram as férias escolares. Agora, só podem ser feitas quatro viagens durante duas horas e, em período oposto do dia, mais quatro viagens de duas horas.

Doria justifica que as mudanças estão adequadas a necessidade de deslocamento relacionado à atividades escolares.
O benefício iniciou em fevereiro de 2015.  A atual gestão prever economia de R$70 milhões até final do ano com a alteração da regra. Segundo os tucanos, o dinheiro economizado será investido em educação.

Privatizações

O projeto do prefeito João Doria, que libera a concessão de equipamentos e serviços da cidade, foi debatido durante uma série de audiências públicas na Câmara de São Paulo. Praças, parques, sistema de Bilhete Único e cemitérios poderão ser privatizados caso o projeto seja aprovado em segunda votação.

Em agosto, o texto do projeto que autoriza concessões à iniciativa privada deverá ser apreciado pela Câmara de forma definitiva em agosto e, já foi aprovado pelos vereadores em primeira votação. A Prefeitura estima gerar uma receita de R$ 5 bilhões com as concessões que vão durar entre 10 e 20 anos.

Classificação Indicativa: Livre

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