Política

Comissão quer ouvir advogado que acusa Odebrecht de reunir falsas provas

Publicado em 10/08/2017, às 06h28   Redação BNews


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O advogado Rodrigo Tacla Durán, que atuou por anos para a Odebrecht, e acusa a empreiteira baiana de ter apresentado à Lava Jato extratos falsificados de um banco que ela comprou em Antígua, no Caribe, como provas de repasses de propinas, deve prestar esclarecimentos em breve. Durán é acusado pela Lava Jato de ter lavado mais de R$ 50 milhões para a Odebrecht. Ele nega. 
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) requerimento em que convida Tacla Durán a falar ao colegiado o que sabe a respeito da empreiteira.
A acusação integra peça que ele enviou a Cingapura, para esclarecer operações financeiras que travou com a empresa naquele país. O MPF pediu a prisão de Durán, mas a Espanha, onde ele está em liberdade provisória, não quis extraditá-lo.
Em recente entrevista ao El País, Durán fez uma série de apontamentos nos extratos do Meinl Bank em Antígua, filial do banco austríaco comprada pela Odebrecht no Caribe. Ele afirma, por exemplo, que os documentos não poderiam ter sido emitidos nas datas em que a empresa alega porque as contas estavam bloqueadas.
Na oportunidade, o advogado contou ainda que a Odebrecht manipulou manualmente trechos dos extratos e aponta divergências na redação de operações como indício de que os registros não foram gerados automaticamente pelo sistema do banco. As peças atacadas pelo advogado estão no Supremo e são citadas em ao menos dois inquéritos abertos a partir da delação premiada firmada pela empreiteira.
A Odebrecht afirma que “está colaborando com as autoridades no esclarecimento de todos os fatos por ela revelados. E reafirma o seu compromisso com a verdade e com o combate à corrupção”.
“Os dados entregues na colaboração foram identificados com apoio de empresas especializadas e serviram de base para acordos já homologados pelas autoridades de diversos países, incluindo o STF e a Justiça Federal do Paraná”, ressalta a empreiteira.
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