A Prefeitura de São Paulo gastou R$ 5,5 milhões em uma reforma fantasma no viaduto Alcântara Machado, que faz a ligação entre o centro e a zona leste da cidade. Auditorias revelam que a obra, que durou 480 dias e foi paga pelas administrações Gilberto Kassab (hoje no PSD) e Fernando Haddad (PT), não foi executada na prática, conforme a Folha de S. Paulo.
Apenas 5% do trabalho previsto foi feito. A primeira investigação foi finalizada em 2016 pela Controladoria Geral do Município. A outra, deste ano, é do Tribunal de Contas do Município.
Em abril de 2012, na gestão Kassab, engenheiros da Secretaria de Obras e da empresa Jofege Pavimentação e Construção elaboraram um relatório sobre o viaduto. O principal problema apontado era o comprometimento das juntas, o que colocava em "risco a segurança e a estabilidade" estrutural.
Outro lado - A Jofege contesta as auditorias e afirma ter comprovado a execução da reforma no viaduto Alcântara Machado. Diz ainda que a prefeitura não autorizou a substituição de juntas de dilatação do viaduto por causa das interdições de trânsito e que não recebeu pagamento por serviços não executados.
A assessoria de Haddad diz que não foi notificada sobre a auditoria do TCM, mas que considera que as obras foram realizadas. A de Gilberto Kassab diz que na sua gestão "os trabalhos foram iniciados, com desembolso correspondente às medições executadas". Estavam previstas, afirma, as trocas das juntas de dilatação, mas a administração seguinte decidiu não fazer o serviço. A gestão João Doria (PSDB) diz que buscará a recuperação dos recursos de qualquer contrato no qual seja apurada irregularidade.
