Política

Cúpula do governo Rui discute mudanças em 13 secretarias

Publicado em 22/07/2017, às 15h02   Luiz Fernando Lima


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Os três últimos dias foram de intensas reuniões da base aliada do governador Rui Costa (PT). Os encontros no Palácio de Ondina e na Governadoria se arrastaram por horas. As principais lideranças dos partidos que compõem a base de governo estão debruçados sobre o tabuleiro político de pelo menos duas frentes: reforma do secretariado e engenharia eleitoral.

No que se refere ao secretariado, ao menos 10 secretarias devem ter mudança na direção. Sete trocas podem ser feitas por conta da necessidade de desincompatibilização eleitoral. Iniciando pela de Desenvolvimento Econômico que tem Jaques Wagner (PT) no comando. O ex-governador tende a ser candidato ao Senado em 2018.

A outra vaga na chapa majoritária encabeçada por Rui Costa no cenário atual irá para o vice-governador João Leão (PP). O cacique dos pepistas da Bahia acumula o cargo de secretário do Planejamento e terá que deixar a cadeira no período eleitoral. Além de Leão, o deputado federal licenciado Josias Gomes (PT), que resistiu até agora mesmo diante de tantas criticas, buscará a renovação do mandato parlamentar e sairá das Relações Institucionais (Serin) para brigar pela reeleição.

O também deputado federal licenciado, Fernando Torres (PSD), está à frende da pasta de Desenvolvimento Urbano (Sedur). Torres já anunciou que não quer conta com Brasília, mas concorrerá a uma cadeira na Assembleia Legislativa, portanto, também deixa o cargo ocupado desde janeiro deste ano.

Vitor Bonfim (PDT), secretário de Agricultura, é deputado estadual licenciado e tentará novamente uma cadeira no Palácio Luís Eduardo Magalhães. Saindo, portanto, da pasta que trata do agronegócio baiano. A secretária de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Olívia Santana (PCdoB), conta com uma mãozinha do governo para tentar um lugar ao “sol” do outro lado da avenida no Centro Administrativo da Bahia. A Setre está localizada em frente à Assembleia.

Já o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Carlos Martins (PT), ainda não definiu se irá se candidatar para o parlamento federal ou estadual. O fato é que após perder a eleição para prefeitura de Candeias há cinco anos, o petista, que integra a tríade vinda do Polo Petroquímico de Camaçari ao lado de Wagner e Rui Costa tentará um mandato legislativo.

Rui Costa não antecipou se trocará estas peças antes do período de desincompatibilização, mas a tirar pelos intermináveis reuniões dos últimos dias, o assunto está mesa.

Por outro lado, outras três secretarias terão mudanças. A primeira é Educação, na qual o senador Walter Pinheiro (Sem Partido) já anunciou que vai sair para retomar e encerrar o mandato na Casa Alta do Congresso Nacional.

Jorge Portugal será substituído na Secretaria de Cultura (Secult) após se segurar no cargo em 2015. A divisão política dentro da pasta é uma das mais complexas. Interessante que o orçamento para segmento é pífio, mas os espaços são disputados de forma acirrada. Para o seu lugar, estão cotados dois nomes: Arany Santana e João Jorge. O segundo, é do PSB de Lídice da Mata.

Geraldo Reis, conhecido no PT como G2, será substituído na pasta de Meio Ambiente. Embora homem de confiança de Rui Costa e com destacado trabalho na Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) durante o governo Wagner, Geraldo não se adaptou à tarefa. Com certeza será mantido na estrutura do Palácio de Ondina, mas ainda sem lugar definido. Ainda não há substituto definido para a Sema. Existe uma possiblidade de o deputado estadual Rosemberg Pinto indicar o sucessor.

Os casos de Fábio Vilas Boas e Jerônimo Rodrigues, Saúde e Desenvolvimento Rural, respectivamente, merecem atenção diferente. Jerônimo chegou a ser cotado para disputar a eleição, o problema é que sendo candidato a deputado estadual tiraria votos de pelo menos dois parlamentares com mandatos. Uma das figuras atingidas seria a deputada Neusa Cadore. Membro da Democracia Socialista, corrente interna do PT, orbita às mesmas zonas eleitorais.

Já o secretário da Saúde não chegou a ganhar as páginas como postulante a um cargo eletivo, no entanto, se sabe que no início dos trabalhos a possiblidade foi cogitada. Não tendo decolado, a ideia, até o momento, é segurar.

Este cenário está posto na mesa de negociação da base aliada. Outras 12 secretárias não tiveram ainda nenhuma menção honrosa na rádio-corredor no que se refere a mudanças.

Chapa

Outro assunto tratado nos encontros de cúpula é a composição da chapa majoritária. À princípio, as quatro vagas já têm carimbos: Rui na cabeça, Wagner no Senado. O PSD indica o vice-governador que está entre o deputado presidente da Assembleia Legislativa Angelo Coronel e Otto Filho, presidente da Desenbahia, sendo que o segundo tende a ser candidato a deputado federal. O PP indicará João Leão para o Senado e fecha matemática.

O problema deste caldeirão é que a senadora Lídice da Mata (PSB) tem apoio de muitos governistas nacionais e locais para se manter na cadeira que ocupa no Congresso Nacional. Embora os socialistas estejam em um momento conturbado rodado de indefinições sobre fusão, defecções e mudanças de lado político, Lídice é tida como agente política com direito a lugar cativo.

Estes são pontos postos.

Publicada originalmente em 21/07 às 18h47

Classificação Indicativa: Livre

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