Temer avança sobre PSB e partido reage: não pensa no País

O presidente Michel Temer (PMDB) desceu do Palácio do Jaburu para fazer uma visita à líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tereza Cristina. O encontro estava fora da agenda oficial e provocou reações dentro do próprio PSB e no Democratas.

Os próprios socialistas contam com a possiblidade de sete dissidentes migrarem de legenda. Fábio Garcia (MT), Danilo Forte (CE), Heráclito Fortes (PI), Adilson Sachetti (MT), Fernando Filho (PE) – licenciado desde que assumiu o Ministério de Minas e Energia –, João Fernando Coutinho (PE) e Tereza Cristina (MT) são os insatisfeitos que devem deixar a legenda.

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Deputado federal pelo PSB baiano, Bebeto Galvão, não se faz de rogado instado a comentar as atitudes da líder do partido na Câmara. “Eles (os dissidentes) se tornaram ajudantes de ordens do Jaburu. Devem ir para lá mesmo. Tereza não tem mais condições de liderar o partido. Não podemos admitir uma líder que atua contrariando o partido para defender governo”.

O entrevero não ficou apenas no campo do PSB. Ao descer do púlpito presidencial para a planície partidária, Temer “atacou” também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). O primeiro na linha sucessória vinha tendo conversas com os deputados socialistas para que engraçassem as fileiras do Democratas. Temer atravessou o, até provem contrário, aliado.

Para Bebeto, isso mostra a “liquidação partidária promovida por Temer. Alguém que não está pensando no País e está mais preocupado em se manter no custe o que custar. Dentro do PSB é preciso manter aqueles que respeitam a história do partido. Deveriam ser expulsos do partido para que possam habitar o Jaburu”.

O parlamentar pela Bahia lembra que na votação da reforma trabalhista na Câmara, em abril deste ano, o PSB fechou questão: os deputados deveriam votar contra.

Uma reunião aconteceu na casa do presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, horas antes da sessão deliberativa. A comissão de 10 deputados federais ouviu a decisão final. Na votação foram 16 votos contrários à reforma e 14 favoráveis. Existe previsão estatutária de sanção aos que foram de encontro ao fechamento de questão.

Fábio Garcia foi retirado da presidência do partido em Mato Grosso e Danilo Forte foi destituído no Ceará. Para além, outras medidas estão previstas e este movimento é sinal disso. Sobre Danilo, Bebeto afirma que deveria mesmo era voltar ao PMDB. “Nem Eunício Oliveira (PMDB) - presidente do Senado - que o criou politicamente suporta ele. Pode voltar ao PMDB ou ir para o DEM, só pode ficar no PSB contrariando o partido e se alinhando ao que há de podre no governo”.

Na Bahia, como já anunciado, não haverá mudanças nos quadros do partido. Por aqui, a legenda busca manter a vaga na chapa majoritária de 2018, contudo, a senadora Lídice da Mata, a quem o governo se diz grato e reconhece a lealdade e alinhamento ideológico, não aparece em nenhuma composição ou configuração até o momento.

O caminho da ex-prefeita de Salvador, ex-deputada estadual e federal e atual senadora deve ser a Câmara dos Deputados novamente ou outro que ela definir com suas bases.  Já Bebeto tentará a reeleição. O caminho dos socialistas após a morte da principal liderança, Eduardo Campos, em 2014, ainda é de indefinição.