Política

OAB considerou quebra de decoro de Temer ao aprovar pedido de impeachment

Publicado em 22/05/2017, às 07h01   Juliana Nobre


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Ao aprovar o pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB), na noite deste sábado (20), o conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) avaliou a conduta do peemedebista e não as gravações da conversa entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista.

Em conversa com o BNews, na manhã deste domingo (21), o presidente da entidade, seccional Bahia, Luiz Viana Queiroz, contou sobre os encaminhamentos do pedido. Ele participou da votação da bancadas para o encaminhamento do pedido.

“Foi considerado fatos incontroversos, como o próprio presidente admite. Isso é quebra de decoro, ao exemplo de receber um homem investigado em horários noturnos e fora da agenda presidencial. Vale ressaltar que o conselho não apreciou o conteúdo das gravações, pois essas podem ser consideradas inaptas para investigação, mas avaliamos a conduta do presidente, considerando a quebra de decoro”, afirmou.

Participaram ainda da reunião, dois advogados do presidente, que apresentaram em 20 minutos a defesa do chefe do Palácio do Planalto. Segundo Viana, os advogados não entraram no mérito da questão e solicitaram prazo para a defesa inscrita. Isso gerou uma discussão de sete horas no plenário, mas o conselho não deliberou, pois considerou não tratar-se de um processo e sim de uma deliberação da entidade. O mesmo foi aplicado no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A semelhança nos dois pedidos de impeachment é que a entidade entende que houve crime de responsabilidade nas duas situações. Já sobre as diferenças, Viana explica que os crimes supostamente cometidos foram diferentes. “Dilma cometeu as pedaladas, Temer a quebra de decoro”, apontou.

A diretoria da OAB vai elaborar a petição final e protocolar na Câmara dos Deputados. A data ainda não foi definida.

Publicada originalmente em 21/05 às 10h01

Classificação Indicativa: Livre

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