Política

Donos da JBS tiveram aula de delação com a polícia

Publicado em 21/05/2017, às 08h50   Redação BNews


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Os sócios da JBS, Wesley e Joesley Batista, receberam uma “aula de delação” antes de firmar o acordo de colaboração premiada que envolveu em um escândalo o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O procurador da República no Distrito Federal, Anselmo Lopes, e a delegada Rubia Pinheiro, que lideram a Operação Greenfield, da Polícia Federal, deram a aula.

Segundo a Folha de S. Paulo, no dia 19 de fevereiro, um domingo, às 12h, Lopes recebeu uma ligação inesperada. Do outro lado da linha, Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, comunicou uma decisão que abalaria o país: Joesley e Wesley iriam confessar seus crimes e colaborar com a Justiça.

A conversa durou só 19 minutos e eles agendaram um encontro para o dia seguinte. Na segunda-feira, Lopes e a delegada Rubia explicaram em detalhes ao advogado, profissional da estrita confiança dos Batista, como funcionaria a colaboração premiada.

Foi depois disso, duas semanas depois, que Joesley foi ao Palácio do Jaburu e gravou a conversa com o presidente Michel Temer que abalam a gestão do peemedebista. O empresário relatou aos investigadores que tinha como missão relatar ao presidente que vinha comprando o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos em Curitiba. Temer nega que tenha concordado com a medida. Pessoas próximas a Joesley afirmam que o empresário gravou a conversa com o presidente por iniciativa própria – na sequência, seu advogado comunicou aos procuradores do encontro e do teor da conversa.

A delação da JBS envolve ao todo 1.829 políticos do país. Joesley foi escolhido para gravar as conversas por negociar propinas diretamente, com ajuda de um funcionário, Ricardo Saud. Ao contrário da Odebrecht, o empresário marcava em planilhas os pagamentos feitos e os benefícios obtidos pela empresa, como crédito de bancos estatais ou aprovação de leis.

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