Política

Em despedida, Nilo diz ter sido massacrado e que "enfrentou Deus"

Publicado em 02/02/2017, às 08h54   Alexandre Galvão e Victor Pinto


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Em seu último discurso à frente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o presidente Marcelo Nilo (PSL) subiu o nível contra os seus adversários. Segundo o presidente do PSL, em sua fala de pouco mais de 40 minutos, ele foi "massacrado" por 90 dias. "Saio com a cabeça erguida e dever cumprido. A Bahia é testemunha. Fui massacrado por 90 dias, fui ofendido na ordem pessoal. Disseram que eu ia sair do sofá preto para a planície, que eu sou barrigudo...", relembrou.

Argumentou também que enfrentou um gama de adversários de altos cargos e que utilizaram a mídia contra ele. Chegou a dizer que "enfrentou Deus". 

“Eu enfrentei o senador, eu enfrentei o vice, o prefeito, um grupo na mídia conta mim, mas quando vi esse deputado que dizia que só Deus mudaria o voto dele, deixaria de votar em mim. Lutar contra Deus eu não aguento. Deus deve ter falado e contra ele eu não aguento. Então desisti”.

A referência atinge ao deputado Roberto Carlos (PDT) que havia afirmado ao Bocão News que “só Deus” tiraria seu voto a Nilo. Contudo, uma conversa com o presidente do PDT, deputado Félix Mendonça Júnior, desafeto de Nilo, fez com que o pedetista apoiasse Ângelo Coronel.  

Confirmou que foi procurado pelo prefeito ACM Neto (DEM) para compor. “Recebi o convite de Neto para ser candidato na chapa dele. Ele mandou eu escolher quem seria o candidato. Eu me senti feliz de ser convidado pelos meus opositores”. 

O presidente do PSL também falou da sua lealdade ao governo. “Procurei e sou leal ao governo, mas nunca rasguei o regimento e nem a constituição”.

No discurso, o presidente também afirmou que não considera que vai para a planície e refutou críticas neste sentido. "Não considero que vou para planície. Estou chegando no plenário com 150 mil votos. Lutei bravamente para chegar onde cheguei. Foi uma campanha difamatória de uma pequena parte da comunicação da Bahia. Recebi apoio de toda imprensa da Bahia, menos de um radialista. Fui chamado para debates, jamais negaria um debate. Não fui para preservar a Casa. Não respondi para preservar o Parlamento. Não sou covarde. Esse defeito eu não trago".

Ao elencar seus feitos, Nilo relembrou de votações, melhorias físicas na estrutura da AL-BA e do relacionamento com a oposição. "Durante 10 anos sentei na cadeira de presidente da assembleia. Foram 10 anos sem uma única denúncia tanto na área administrativa como na área parlamentar. Procuramos durante esse período fazer a casa do povo. Recebemos todos os movimentos sociais, negros, homossexuais, mulheres, índios, drogados... todos que queria tem visibilidade procuravam essa Casa", lembrou.

“Desisti de ser candidato, mas estendo a mão até aos que não estiveram conosco. Se vossas excelências queriam acabar com a reeleição, já teriam acabado. Eu sou a favor da alternância de poder, claro. Aos companheiros e companheiras, há um ano eu fiz um TAC com o MP que eu não poderia passar de 632 redas. Estou entregando ao presidente eleito 521 redas. Fiz dois concursos e chamei quase todos”, discursou.

Marcelo Nilo disse não ter inimizade. Desejou sorte ao novo presidente Angelo Coronel (PSD). 

Publicada no dia 1º de fevereiro de 2017, às 19h18

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