Política

Everaldo Anunciação não descarta ser candidato à presidência do PT novamente

Publicado em 23/01/2017, às 11h14   Luiz Fernando Lima


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O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, não descarta a possibilidade de colocar seu nome novamente à disposição do partido na próxima eleição. O Processo de Eleição Direta (PED) para direção estadual petista foi adiado para maio. O nacional acontece no mês de junho em São Paulo durante o 6° Congresso da legenda.

“Esta eleição não tem candidato prévio. Tem chapa de delegado. As movimentações que estão acontecendo agora são mais para marcar posição. Eu acredito que já cumpri meu papel tendo passado seis anos como secretário de organização e há quatro como presidente”, analisa. Contudo, por se tratar de um processo antecipado no qual o mandato durará dois anos, existe a possiblidade de Everaldo ser candidato.

O dirigente partidário afirma que o momento deveria ser melhor aproveitado para discutir os rumos do partido, ao invés, de iniciar uma disputa de nomes. “Deveríamos fazer um debate de conteúdo. O problema do PT não é de diagnóstico, é de formular estratégia. Não tem esse negócio de mudar o PT. Precisamos construir uma nova estratégia diante de uma nova realidade”.

O partido perdeu muitos espaços de poder no último ano e encontra dificuldade para se manter entre os protagonistas nacionais, contudo, ainda ocupa o espaço de destaque no tabuleiro político nacional. Everaldo afirma que é preciso atualizar o formato de organização partidário, além de criar um ambiente de diálogo para dentro e fora da sigla.

“Dialogar com juventude não apenas focado em filiação, mas com conteúdo. Precisamos atualizar estes espaços, captar as mensagens, absorver e propor. A comunicação precisa ser reformulada”.

Atualmente, a corrente interna Construindo um Novo Brasil tem algo em torno de 40% dos filiados petistas na Bahia. A CNB tem o próprio Everaldo, além de Josias Gomes, José Sérgio Gabrielli. É a corrente do ex-presidente Lula e majoritária lá. Na Bahia ela se divide em dois grupos.

A Esquerda Democrática Popular (EDP) com algo em torno de 15% dos filiados se concentra em Salvador. Na capital ela é majoritária. Contudo, divide o posto de segunda maior corrente interna com a Democracia Socialista (DS) quando projetada para o estado. A Reencantar, da qual Rui Costa, Moema Gramacho, Geraldo Reis fazem parte tem 10% e a Esquerda Popular Socialista, liderada pelo deputado federal Valmir Assunção, também tem 10%. A Avante é uma nova corrente interna que também reúne algo em torno de 10% dos filiados.

Este é o desenho interno, estimado, do PT baiano. A preocupação das lideranças que flutuam entre as tendências, como o ex-governador Jaques Wagner, é evitar que no momento de crise partidária as fissuras e rachas tão comuns na dinâmica petista piorem. A máxima de que “farinha pouca, meu pirão primeiro” pode sepultar o projeto.

Publicada originalmente dia 22

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