Com uma média de ocupação em 2016 de 50,55%, a rede hoteleira de Salvador está em crise. Fechamento de hotéis e demissões são uma constante. Esses problemas foram abordados durante encontro de representantes de integrantes de entidades ligadas à Salvador Destination com a imprensa.
A redução dos investimentos do governo no turismo foi alvo de duras críticas das entidades, que relataram uma redução de 0,43% do orçamento para 0,28%, que representa R$ 128 milhões. Outro ponto abordado foi a verba de R$ 84 milhões liberada para o Prodetur, mas que até hoje não foi aplicada.
Questionado sobre a responsabilidade acerca dos problemas citados, Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), foi enfático: “Zé Alves (secretário de Turismo) é competente, mas sem dinheiro, com o orçamento que tem, não faz nada. Nem ele nem ninguém”. Ele afirmou que o “governo tem que enxergar o turismo como prioridade”. Opinião compartilhada pelo presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTUR), Roberto Duran: “a prioridade que o governo tem que dar ao turismo tem que ser número um”.
Salvador tem 40 mil leitos e é o quarto maior mercado, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. “ano passado tivemos ocupação média de 50,55%, mas hotel não se sustenta com isso. É necessário de 60% a 65% que é um ponto de equilíbrio para pagar os custos operacionais”, afirmam os membros da Salvador Destination.
Paulo Gaudenzi, presidente da instituição, falou ao Bocão News sobre os desafios do setor e, sobretudo, no que as entidades estão fazendo para suprir a falta de ação do governo: “passamos a ter união através do Conselho Baiano De Turismo. Não cruzamos os braços. Estamos tendo esforços na captação de eventos e ampliação de apoio de operadores de turismo, a exemplo da CVC”. Por fim, Gaudenzi afirmou: “temos esperança que em 2017 seja ano de recuperação”.
