Política

Vereadores de Salvador pressionam aumento de seus salários para R$ 18,9 mil

Publicado em 13/12/2016, às 09h10   Victor Pinto


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Em um período de recessão econômica em todo o País, cujo cidadão comum tem dificuldade de fechar suas contas no fim de cada mês, quiçá conseguir um aumento salarial, os vereadores de Salvador querem e pressionam o colégio de líderes, segundo informações obtidas de dentro da própria Câmara pelo Bocão News, para iniciar o debate e até colocar em votação o reajuste em até 25% dos seus salários. O resultado? Uma possível bagatela de R$18.900 ou, aproximadamente, 21 salários mínimos conforme legislação em vigor (R$ 880).

A reunião do Colégio de Líderes, nesta terça-feira (13) de manhã, será a definidora da questão. O caso é previsto de forma regimental. Pelo trecho do novo regimento da Casa, aprovado no ano passado, os vereadores podem ter o salário em até 75% do que recebe um deputado estadual. Atualmente, o subsídio dos parlamentares estaduais é de R$ 25,3 mil, já os vereadores recebem R$ 15 mil. Para atingir o patamar estipulado, o reajuste perto dos 25%.

O que está sacramentado na Ordem do Dia, até então, são os projetos do Plano Diretor de Arborização, da Lei Orçamentária Anual, da Reforma Administração e da renovação do comodato do terreno do Glauber Rocha. É forte nos bastidores a informação de que os edis querem colocar, de surdina, sem alarde, para não chamar atenção da imprensa e nem do público geral, a matéria do reajuste dos seus ordenados.

Alguns edis ouvidos pelo Bocão News, na manhã desta terça, argumentam que não há clima para a votação, contudo, existem pares que defendem com unhas e dentes e chegam a reclamar até do reajuste, pois estaria, segundo eles, abaixo da linha da inflação do reajuste dos salários dos servidores públicos.

Outra questão para a possível pressão exercida é a possibilidade do reajuste não sair, pois a legislação só dá direito de aumentar salário de vereador e prefeito de quatro em quatro anos. Ou seja, se não sair agora, só em 2021 e os edis passariam oito anos com o salário congelado.

PRESIDÊNCIA – Procurado, o presidente da Câmara, vereador Paulo Câmara (PSDB), afirmou que o assunto não está em pauta. “Isso ainda não foi batido o martelo. É um assunto que será colocado na ordem do dia e que possivelmente vai entrar na reunião do Colégio de Líderes, porém, só será colocado em votação se tiver consenso das lideranças e por escrito”, disse.

Câmara também confirmou a ida do projeto, caso seja colocado em pauta e aprovado, para as mãos do prefeito ACM Neto (DEM) para ser sancionado ou vetado.

LÍDERES – O líder da oposição, Silvio Humberto (PSB), afirmou que não tem recebido nenhum tipo de pressão a respeito do assunto. “Ainda não discutimos essa questão e eu não fui pressionado. Se é de consenso, não tem consenso ainda. É um tema que é legal, mas é polêmico e temos que ver todos os elementos e vou sentar com todos os partidos antes para se discutir o caso”, disse.

De acordo com o líder do governo, Joceval Rodrigues (PPS), o assunto não está em pauta e nega ter recebido pressão, mas confirma que dois vereadores já o procuraram para tratar do tema. “Dois colegas, de forma individual, só me questionaram se haveria a discussão do tema ou não”, disse.

Rodrigues argumenta que só agora o assunto começou a ser tratado. “Não tivemos nenhuma reunião antes para disso, mas lógico que se tiver, vamos analisar todos os elementos”.

O político também corrobora da tese de Paulo Câmara. “Vamos discutir o caso para saber se há consenso ou não. Toda e qualquer matéria se tiver consenso no colégio de líderes deve ser colocado em votação, mas antes precisamos nos reunir e saber a opinião dos demais”, disse.  

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