Política

Procuradoria investigará vazamento de delação premiada da Odebrecht

Publicado em 11/12/2016, às 07h29   Folhapress


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Resultado de imagem para odebrecht paralela bocaonewsA Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu abrir investigação para apurar o vazamento do conteúdo de delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. 
Por meio de sua assessoria, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou que o "além de ilegal, [o vazamento] não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos". 
Para a PGR, o episódio preocupa o Ministério Público Federal que, para usar todo documento [de delação] como prova, produzindo "efeitos jurídicos" para o colaborador, precisa ter a homologação do STF (Supremo Tribunal Federal). Com o vazamento, há risco de que a homologação não aconteça. 
DELAÇÕES 
A Odebrecht fechou um acordo de leniência com a PGR e o Ministério Público Federal na sexta-feira (1) e 77 ex-executivos assinaram acordos de delação premiada. 
Um deles, Cláudio Melo Filho, afirmou ter entregue, a pedido do presidente Michel Temer, R$ 10 milhões para pagar principalmente campanhas eleitorais do PMDB. Deste total, R$ 6 milhões financiaram a campanha ao governo de São Paulo de Paulo Skaf. 
O ex-executivo da Odebrecht também afirmou que a empresa pagou a compra de medidas provisórias e emendas em projetos do Congresso. Somente a Medida Provisória 613/2013 "custou" R$ 7 milhões. 
A MP virou um projeto de lei que permitiu a concessão de incentivos tributários aos produtores de etanol e à indústria química, setor em que a Odebrecht também atua. 
Nesse caso, o dinheiro foi ao senador (PMDB-RR), ao presidente do Senado, (PMDB-AL), ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), favorito para suceder Renan na presidência da Casa em 2017, ao presidente da Câmara, (DEM-RJ), e ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). 
Jucá foi apontado pelo delator como um dos principais personagens do esquema no Senado e teria recebido R$ 22 milhões. 
Neste sábado (10), a revista "Veja" informou que o superintendente da Odebrecht no Rio, Leandro Azevedo, apontou repasses ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao prefeito Eduardo Paes (PMDB), ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e ao ex-governador Anthony Garotinho (PR). 
Eles têm negado irregularidades.

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