Política

Planalto adia anúncio de nomeação de Imbassahy após pressão do Centrão

Publicado em 08/12/2016, às 20h55   Redação Bocão News


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O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), foi escolhido para assumir a Secretaria de Governo, deixada há duas semanas pelo peemedebista Geddel Vieira Lima (BA). O nome foi acertado entre o presidente Michel Temer, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como forma de incluir os tucanos, descontentes com a gestão de Temer, no núcleo político do governo. 
Conforme O Globo, uma ampla mobilização ao longo do dia vinda do Centrão, um dos pilares da base aliada de Temer, fez o Planalto adiar o anúncio da nomeação, inicialmente previsto para a tarde desta quinta-feira (8). Embora Imbassahy continue sendo apontado como o nome de Temer para o posto, o presidente preferiu aguardar para tentar resolver o conflito na base.
O desafio de Temer agora é tentar isolar a escolha do Secretário de Governo da eleição para a presidência da Câmara. O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou, ainda pela manhã, que a ida de Imbassahy para a vaga de Geddel seria um reforço importante na articulação política, principalmente na Câmara, onde a situação é complicada por causa de vários grupos na base governista com interesses diferentes.
À tarde, no entanto, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) — um dos postulantes à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) —, não gostou desse movimento e disse ao GLOBO que não é hora de o governo Temer “arrumar confusão”. O petebista entende que o governo não deveria interferir no processo eleitoral da Casa.
Líderes de partidos que integram o Centrão, como Jovair e Aelton Freitas (PR-MG), foram no Palácio do Planalto para se reunir com Temer e reclamar da indicação de Imbassahy. Geddel era um grande representante dos interesses do Centrão no Planalto. A leitura do grupo é que ao tornar ministro o tucano, que era pré-candidato a presidente da Câmara, o governo auxilia a reeleição de Maia, que tem acordo com o PSDB. Outro integrante do Centrão, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), já lançou sua candidatura à sucessão de Maia, assim como Jovair Arantes.
Publicamente, Rosso adotou um tom de cautela, mas demonstrou incômodo com o fato de Temer não ter conversado com os deputados sobre a decisão de indicar Imbassahy para o seu Ministério. Questionado sobre a escolha do tucano, o parlamentar tergiversou:
Paralelamente à disputa pela presidência da Câmara, o Centrão tinha a expectativa de indicar o ministro da Secretaria de Governo e chegou a sugerir o nome do próprio Jovair. Para tentar evitar um racha em sua base, o governo busca construir uma solução para acomodar os aliados. Dentre elas, está colocar Rosso ou Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) na liderança do governo na Câmara, no ano que vem, vaga atualmente por André Moura (PSC-SE). Mas o Centrão deseja mais espaços. O grupo era a base de sustentação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e vem perdendo espaços desde que este foi afastado da Câmara.

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