Política

Dilma nega que sua campanha tenha pago João Santana com caixa 2

Publicado em 28/07/2016, às 12h16   Folhapress


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A presidente afastada, Dilma Rousseff, negou nesta quarta-feira (27) que sua campanha em 2010 tenha pago US$ 4,5 milhões de caixa dois para o marqueteiro João Santana e afirmou que ele cobrou dívidas da eleição para a tesouraria do PT. 
"Ele [Santana] diz que recebeu isso em 2013. Ora, a campanha começa em 2010 e até o final do ano, antes da diplomação, ela é encerrada. A partir do momento em que ela é encerrada, tudo o que ficou pendente de pagamento da campanha passa a ser responsabilidade do partido", disse Dilma, em entrevista à rádio "Educadora", de Uberlândia (MG). 
As afirmações da presidente afastada foram feitas após ser questionada sobre a audiência de Santana e sua mulher, Mônica Moura, com o juiz Sergio Moro, em que o casal admite ter recebido dinheiro de caixa dois para a primeira campanha de Dilma ao Planalto. 
"Não é a mim que você tem que perguntar isso. Como disse o próprio João Santana, com quem ele tratou essa questão foi com a tesouraria do PT", afirmou Dilma. 
A Moro, Mônica disse que após cobranças insistentes ao PT, o casal foi chamado em 2013 pelo então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e informado que enfim teria o débito saldado. Vaccari orientou Mônica a procurar o engenheiro Zwi Skornicki, que tinha negócios com a Petrobras. 
Na entrevista, Dilma ainda diz que sua campanha "não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se a dívida remanescente de 2010, porque ela foi paga três anos depois". 
A petista também comentou o adiamento da entrega das alegações finais no processo de impeachment, transferido desta quarta (27) para esta quinta (28). Segundo ela, a mudança não deve trazer "nenhuma consequência maior" e a defesa "está praticamente pronta". 
Ela evitou comentar sobre o seu futuro caso seja afastada definitivamente pelos senadores. "É que nem jogo de futebol: não tem 'e se'. A gente joga até o final da partida." 
A presidente afastada também afirmou que os problemas de limpeza e acabamento na Vila Olímpica, que geraram queixas de delegações estrangeiras, não têm relação com sua gestão e são de "responsabilidade tanto da prefeitura [do Rio] quanto dessas empresas [que construíram o local, Carvalho Hosken e Odebrecht]." 
"E eu acho que o Comitê Olímpico tem de tomar as providências cabíveis para impedir que isso ocorra", afirmou. Na segunda (25), a prefeita da Vila, a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain, disse que as construtoras estão participando de uma força-tarefa para realizar reparos no apartamento. 
Dilma diz que não pretende estar presente na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. "Eu não vou participar de um ato nesta condição de espectadora em um ato que fui protagonista. Eu prefiro não ir e não criar nenhum constrangimento."
Publicada no dia 28 de julho de 2016, às 6h40

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