Política

“O Brasil está sendo representado por um machista”, diz Wagner sobre Serra

Publicado em 28/07/2016, às 06h19   Chayenne Guerreiro


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O ex-ministro-chefe de Gabinete Pessoal da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), Jaques Wagner, usou o Twitter, na tarde desta quarta-feira (27), para se posicionar sobre a declaração, em tom de brincadeira, do ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB) de que a composição feminina no Senado do México traria problemas aos políticos brasileiros. 
“O Brasil está sendo representado no exterior por um machista. O chanceler golpista, José Serra, tentou ser engraçado ao comparar a presença das mulheres na política nos dois países. A afirmação sobre o ‘perigo’ que o México representaria ao Brasil por ter muitas mulheres no Legislativo provocou indignação internacional”, escreveu Wagner
Em outras postagens o ex-governador da Bahia continuou a crítica: “o episódio demonstra que para os golpistas parece não ser suficiente nomear um ministério sem mulheres. Para eles, é preciso tripudiar e fazer pouco caso da luta das mulheres por mais respeito, igualdade e representatividade. É lamentável que o principal representante do Brasil junto à comunidade internacional seja um homem com ideias tão conservadoras. O preconceito de Serra mancha a imagem do Brasil, ainda mais depois do golpe que retirou uma presidenta comprometida com as causas feministas.”
Em visita ao México, Serra se encontrou com a ministra das Relações Exteriores do país Claudia Ruiz Massieu. Durante entrevista coletiva no local, o ministro declarou que “para os políticos homens no Brasil é um perigo porque descobri aqui que metade das senadoras é mulher”. A fala se referia ao fato de 47 senadoras trabalharem na câmara alta mexicana, composta por 128 legisladores, representando 36% do Senado. 
A fala de Serra repercutiu negativamente no México. Por lá, a declaração foi considerada, como noticiado por jornais internacionais, como discurso machista e misógino.
Wagner lembrou ainda a discussão entre Serra e a senadora Katia Abreu. “Em termos de machismo, Serra, aliás, é reincidente. A senadora Katia Abreu sabe bem disso”, afirmou. Durante um jantar de confraternização entre os senadores, Katia Abreu teria jogado um copo com bebida no rosto de José Serra após o ministro ter se referido a ela como “namoradeira”. Na época, a senadora afirmou que reagiu como qualquer outra mulher que tivesse sua honra ofendida. 
No ato de nomeação dos ministros do governo interino de Michel Temer (PSDB) chamou a atenção o fato de que entre os colaboradores não havia nem uma mulher e nem um único negro.
Publicada no dia 27 de julho de 2016, às 18h50

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