Política

Bagunçou: enganou-se quem pensou que Neto teria vida fácil para indicar o vice

Publicado em 16/07/2016, às 17h46   Luiz Fernando Lima


FacebookTwitterWhatsApp

Os sucessivos adiamentos do anúncio de quem será o vice na chapa liderada pelo prefeito ACM Neto (DEM) à reeleição em Salvador não foram feitos por acaso. O grupo político liderado pelo gestor está longe de harmonizar os quereres e a prova disso foi dada durante a semana tirada por Neto para conversar com os principais partidos.

Na última terça-feira (12), por exemplo, Neto foi a Brasília para rodadas de negociações em meio à escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados. Sentou-se na cadeira destinada aos convidados na sala da liderança do PSDB na Casa ladeado pelos três tucanos da Bahia: Jutahy Magalhães, Antônio Imbassahy e João Gualberto, além de Paulo Câmara, presidente da câmara de vereadores de Salvador, e João Almeida.

Do lado de fora do gabinete, João Roma, pretenso postulante a vice, aguardou mais de 1h30 de reunião para voltar a transitar com Neto pelos salões da Casa Baixa do Congresso Nacional. Da reunião não saiu decisão, contudo, Neto não gostou do que ouviu, conforme relatos chegados ao Bocão News e divulgados com o compromisso de manter anônimas as fontes.

A construção que até então estava pacificada para fora dos muros do agrupamento ruiu com a pedida dos tucanos de ocupar a vice. Um sonoro “eu também tenho direito” foi pronunciado pelos caciques do partido e absorvido com alguma dificuldade por nervoso Neto. A aposta de que membros do PSDB topariam ficar de fora da majoritária deu prejuízo, ao menos, até o momento.

Ao que parece, o desejo de aproveitar a exposição dada quando das definições os tucanos deixaram o papel de figurantes e demonstraram interesse em ocupar o posto de coadjuvante logrado, por enquanto, pelo PMDB dos irmãos Vieira Lima.

Não é segredo que a tríade de deputados federais do PSDB disputa entre si cada espaço destinado ao partido e a aposta é que Neto terá que assegurar claramente o que cada um entende como “parte do latifúndio” para ter o apoio deles. Neste sentido, a vice é uma pedida pouco provável, mas colocada no prelo.

PRB – A reunião com os tucanos na terça não teve resultado e na próxima semana Neto volta à Brasília para negociar. Outro partido que precisa ser apaziguado é o PRB. Os relatos são de que Neto não gostou nem um pouco do adiamento do encontro que teria com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, presidente nacional do PRB.

O partido tem bancado a tese de que dentro do conjunto de partidos aliados ao prefeito em Salvador é ele que reúne o melhor desempenho local e, portanto, teria direito a pedida de vice. Neste caso, o indicado seria o próprio João Roma.

Na legenda ligada à Igreja Universal também cresce a tese de que uma candidatura solo deve ser levada em consideração. Sendo esta opção a vitoriosa, a deputada federal Tia Eron seria a representa. A parlamentar afirma que está correndo trecho e preparada para cumprir a “missão” se de fato for concedida a ela.

O encontro entre Neto e Pereira ficou para terça-feira (19).

O período que antecede a realização das convenções turvou o cenário antes claro do prefeito. A ameaça, ainda que pouco provável, de um destes três partidos (PMDB, PRB e PSDB) deixar a coligação traria prejuízos grandes para o atual prefeito.

Nas contas feitas nesta pré-campanha a reeleição de Neto era tida como certa no primeiro turno. Qualquer mexida nesta composição pode levar a disputa para o segundo turno e quem comemorará será o governador Rui Costa (PT), pois a única certeza que se tem é que esta eleição de 2016 é preparatória para 2018 quando o petista enfrentará o demista pelo comando do Palácio de Ondina.

Publicado originalmente em 15/07 às 17h46

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp