Política

Deputado baiano diz que vai rejeitar recurso de Cunha em comissão

Publicado em 03/05/2016, às 06h54   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do caso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (2) que os recursos do presidente da Câmara para anular seu processo de cassação são extemporâneos e devem ser ou rejeitados ou suspensos, de acordo com informações publicadas pela Folha. 
Nascimento, que é advogado de formação, usa como argumento a ausência no regimento da Câmara e no Código de Ética da Casa de permissão para recursos à CCJ nessa fase do processo de cassação, que corre no Conselho de Ética da Casa.  "Esse recurso só é cabível após a decisão final do Conselho de Ética. É o caso de nem ser apreciado pela CCJ", diz Nascimento.
Segundo o jornal, o deputado afirma que irá estudar se há algum dispositivo regimental que permita uma analogia com o Código de Processo Penal para que esses recursos sejam "congelados" até a decisão final do Conselho. "Quando isso acontecer, se ele ratificar os recursos, aí é feita a análise". O Conselho deve levar em conta ainda as investigações do petrolão que o levaram a responder a um processo, uma denúncia e três inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal).
Cunha é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética desde o início de novembro de 2015 sob a acusação de quebrar o decoro parlamentar ao negar, em depoimento à CPI da Petrobras, a existência de contas no exterior. Devido a sucessivas manobras de Cunha e de aliados, porém, o processo de cassação só conseguiu superar a fase inicial –a de análise se há indícios mínimos para a investigação em março. A expectativa do Conselho é votar o relatório final em junho. Mesmo sem haver previsão no regimento, Cunha entrou com recurso na CCJ sob a alegação de que o conselho cometeu uma série de ilegalidades no processo contra ele, desde a supressão do amplo direito de defesa à análise de temas que não fizeram parte do relatório preliminar.  Entre outros pedidos, ele requer a anulação de todo o trabalho do conselho e a volta à estaca zero.
Pelas regras da Casa, só cabe recurso à CCJ após a decisão final do Conselho, e mesmo assim para análise de questões formais do processo, não do mérito. Nesta terça-feira (3), a CCJ deve eleger como seu novo presidente o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que faz parte da ala peemedebista aliada a Cunha.
Foto: Arquivo / Bocão News

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