Conforme já analisou o
Bocão News, a
aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara ontem (17) e o avanço do rito para o Senado começam a gerar desdobramentos políticos cada vez mais favoráveis ao prefeito ACM Neto (DEM), e que tendem a enfraquecer o trânsito do governador Rui Costa (PT) em Brasília, em face de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Em conversa nesta segunda-feira (18) com jornalistas do Bocão News, no programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, ACM Neto confirmou o entusiasmo em torno da nova conjuntura capitaneada por Temer. “Eu acho que está sacramentado, a menos que aconteça um fato novo. No senado teremos pelo menos 50 votos”, estimou.
“Temer é uma pessoa muito sensível a compromissos, à palavra empenhada. Temos uma relação muito boa com ele, assim como Geddel, que terá muita força em Brasília. Então a nossa expectativa é muito boa sobre o que pode via a Salvador, sobretudo num momento como esse de crise. Não pretendo participar da indicação de cargos, para mim o que é imprescindível é pensar em Salvador”, afirmou.
O democrata, porém, disse que acordos e negociações para atrair recursos para a capital baiana só serão iniciados quando, e se, o afastamento da presidente Dilma for confirmado. “Respeitamos o tempo das coisas”, ponderou.
Segundo Neto a estimativa de senadores, com os quais conversou nesta segunda, é que a votação do processo de impeachment no Plenário do Senado aconteça em menos de duas semanas, “para que Michel Temer assuma e possa construir um governo forte, um governo de qualidade, com propostas e que permita a superação da crise. Eu particularmente tenho muito boa expectativa com relação ao que pode acontecer pela cidade de Salvador. Nós estamos vivendo no país uma situação curiosa: de um lado uma quase ex-presidente e do outro um quase futuro presidente”.
Prevendo um cenário onde gozará de prestígio com uma administração federal, o prefeito ACM Neto, disse que não pensa em retaliação a gestores petistas. “Eu quero ser um facilitador das coisas da Bahia. Não trabalhamos com perseguição, esse tipo de política não condiz com o futuro, com a contemporaneidade. Nós estaremos à disposição para ajudar a Bahia e os baianos. O PT pode ficar tranquilo porque eles não terão o tratamento ruim que eu tive nesse período todo. No nosso coração não nenhuma disposição de dar o troco. Está fora de cogitação”, declarou.
Para Neto, a crescente do PMDB no cenário federal não o obriga a alterar seu relacionamento e atuação da sigla na administração municipal, sobretudo na composição da chapa para a reeleição ou para emplacar um sucessor. “Nunca trabalhei com qualquer cenário diferente desse, de respeitar a importância e o espaço do PMDB”, disse ao apontar as secretarias de Mobilidade Urbana, Promoção Social e Defesa Civil, chefiadas por quadros peemedebistas.
“Minha relação com Geddel é muito boa. Nós hoje temos amizade. Eu quero Geddel forte, torço que ele possa ocupar uma posição de destaque no governo. Primeiro terei que decidir se serei candidato ou não. Todos os partidos validarão e participação da escolha da chapa, seja do meu próprio nome ou seja de um nome que me substitua. Não há hipótese de briga minha com o PMDB”, explicou.
Publicada originalmente às 19h do dia 18 de abril
