Política

Denúncia do MPF contra Cunha freia manobra por pedido de impeachment

Publicado em 30/08/2015, às 09h02   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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 Os primeiros desdobramentos políticos da denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocaram um freio nas articulações para dar prosseguimento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. De acordo com informações do jornal Folha, para dar início à manobra, os entusiastas da medida –entre eles o próprio peemedebista, que nega publicamente– aguardavam um sinal favorável à articulação de dois personagens: o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).

Os sinais emitidos por ambos nos últimos dias, porém, foram em sentido contrário. A publicação afirma que Temer se mostrou refratário às primeiras sondagens e, de acordo com aliados, não quer neste momento passar a imagem de conspirador e golpista mesmo nos bastidores. Após manter um silêncio cauteloso, Aécio declarou na quinta (27) que Cunha perde as condições de presidir a Câmara se virar réu na Lava Jato, o que estremeceu a aliança informal entre o peemedebista e o PSDB na Casa. Em viagem a Nova York, Cunha manifestou a deputados tucanos descontentamento com a fala de Aécio.

As sondagens a Temer e Aécio foram decididas em jantar promovido por Cunha, na última terça (25), com aliados e líderes dos principais partidos de oposição. No encontro, houve um compromisso de todos de que os próximos passos pró-impeachment seriam dados em sigilo. Foi dito, segundo relatos, que não dá para derrubar a presidente Dilma se cada estratégia definida a quatro paredes aparecer publicada em jornais no dia seguinte. No jantar, aliados de Cunha que articulam uma frente suprapartidária pelo impeachment contabilizaram o apoio atual de ao menos 200 deputados pelo afastamento.

A Folha aponta que em estratégia articulada com aliados tanto governistas como oposicionistas, Cunha indeferiria um dos pedido apresentados à Câmara dos Deputados. Um recurso seria então levado ao plenário, o qual daria a palavra final. O objetivo seria dar um caráter coletivo à ação. Nesse caso, o pedido seguiria o trâmite com o voto de pelo menos 257 dos 513 deputados. Dilma só seria afastada caso a Câmara, após análise de uma comissão especial, resolvesse abrir o processo de impedimento –com os votos de, no mínimo, 342 dos 513 deputados federais.

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