O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani, declarou que é a favor do retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), de acordo com informações da coluna Expresso. O peemedebista chegou a afirmar vai defender aos seus colegas de partido a aprovação do imposto. "Vi a CMPF ser aprovada, depois recusada. É preciso compreender o momento pelo qual o país está passando e acredito que neste momento é importante (seu retorno), principalmente para financiar a saúde, auxiliar os estados e municípios", diz.
Enquanto isso, caciques do PMDB na Bahia vão de encontro ao colega de partido. Em sua página no Facebook, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, chamou o retorno da CPMF de “absurdo” e garantiu que na próxima semana estará “em Brasília para pressionar o partido a tirar uma posição contrária”.
Ainda na rede social, o parlamentar publicou o depoimento do presidente do partido na Bahia, Geddel Vieira Lima que voltou a criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff. No vídeo, Geddel afirma que é preocupante o encolhimento da economia brasileira.
“O governo propor o aumento de imposta agora, demonstra de forma clara sua absoluta dissintonia com a sociedade, e o seu absoluto desprezo a inteligência dos brasileiros. Uma economia que vive em recessão, juros estratosféricos, empresas fechando postos de trabalho, você querer apresentar como remédio aumento de imposto é matar o doente. Nada justifica a uma altura dessa falar em retorno de CPMF ou aumento de imposto”, disse.
E continua: “esse governo comandado pela presidente Dilma não tem credibilidade. Porque sua titular, presidente da república, ela é inadimplente na palavra. O que ela fez na reeleição, o que ela faz permanentemente, assumindo compromissos que não cumpre, não a respalda para atender mais sacrifícios do brasileiro”.
A proposta de recriação da CPMF que está em estudo no governo e deve ser enviada ao Congresso no início da próxima semana, prevê que mais de 90% da arrecadação do novo tributo fiquem nas mãos da União. As projeções do governo indicam que a arrecadação anual do tributo chegará a pelo menos R$ 80 bilhões.
Dilma é pressionada a desistir
Além de aliados como o vice-presidente Michel Temer (PMDB), políticos e empresários, a presidente Dilma Rousseff está sendo pressionada também por assessores diretos a desistir de propor a volta da CPMF, mas a equipe econômica já trabalha com o cronograma de apresentar a medida ao Congresso na próxima segunda-feira (31), de acordo com informações publicadas pela Folha.
Por enquanto, assessores da Fazenda e do Planejamento dizem que têm autorização da presidente para fechar os detalhes da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) recriando o tributo, que foi extinto em 2007.
Ao jornal, um assessor presidencial contou que será feito um último esforço para convencer Dilma a desistir. A presidente marcou para domingo (30) uma reunião para fechar a proposta orçamentária de 2016.
A estratégia do governo é encaminhar a PEC ao Congresso. Caso ela não prospere, o Planalto espera que a base aliada apresente, então, alternativas para cobrir o rombo de R$ 80 bilhões no Orçamento de 2016.
Foto: Roberto Viana / Arquivo / Bocão News
