Política

Lava Jato: Testemunha diz que Negromonte Jr. ameaçou Argolo para evitar delação

Publicado em 09/08/2015, às 07h47   Rodrigo Daniel Silva (@rodansilva)


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Uma ata obtida com exclusividade pela reportagem do Bocão News, que foi encaminhada pelo Ministério Público Federal (MPF) para a Procuradoria Geral da República (PGR), relata que uma testemunha afirmou, em depoimento prestado na última segunda-feira (3), que o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP-BA) ameaçou o ex-parlamentar Luiz Argolo (ex-SD e ex-PP) e sua família. O Bocão News também obteve, com exclusividade, o vídeo (veja abaixo) do depoimento prestado na Justiça Federal do Paraná.
No vídeo, a testemunha identificada como Aricarlos Rocha Nascimento, que é assessor de Luiz Argolo, conta que foi abordado pelo deputado Mário Negromonte Júnior, em um restaurante do Shopping Salvador, que mandou um recado ameaçando o ex-parlamentar e a sua família. “Ele [Mário Negromonte Jr.] me disse que se Luiz ficasse pianinho, quietinho, assim que ele saísse de Curitiba, ele logo, logo seria ajudado para ter um retorno breve à vida política. Mas, se não tivesse, já sabia qual era o destino do delator”, afirmou a testemunha.
Em entrevista ao Bocão News, o deputado Mário Negromonte Jr. negou as ameaças. "Não. Nada disso.Eu me encontrei com ele, mas não teve ameaça. As pessoas falam o que querem", afirmou. Questionado se a testemunha mentiria em juízo, o deputado respondeu: "não sei".
O pai de Mário Negromonte Júnior, o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), Mário Negromonte, foi indiciado, em março de 2015, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato. No dia 14 de julho deste ano, o gabinete e a casa do conselheiro foram alvos dos mandados de busca e apreensão da Operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato.
O irmão do conselheiro também foi alvo da operação. Em novembro de 2014, Adarico Negromonte Filho chegou a ser preso suspeito de integrar o esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef. Adarico foi absolvido pelo juiz Sérgio Moro, por falta de provas, em julho deste ano. Na época, disse que buscaria reparação na Justiça por ficar quatro dias encarcerado. 
Veja depoimento na íntegra:
*Matéria postada originalmente às 14h46 do dia 08/08.

Classificação Indicativa: Livre

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