Política

Preso há duas semanas, Marcelo Odebrecht gera antipatia na prisão, diz jornal

Publicado em 04/07/2015, às 07h17   Redação Bocão News


FacebookTwitterWhatsApp

Na última quarta-feira (1), Marcelo Odebrecht, herdeiro e presidente do grupo empresarial que carrega o sobrenome de sua família, quis falar com um policial. Pediu que deixasse aberta a porta da cela onde está preso há duas semanas, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, de acordo com informações publicadas pela Folha.
Ele queria circular pelo menos no corredor. O empreiteiro utilizou esse espaço nas quatro primeiras noites que passou na cadeia. Ele foi um dos presos que dormiram nos colchões colocados no chão do corredor devido à superlotação da carceragem.
As portas voltaram a se fechar após a libertação dos executivos que tinham sido alvo de mandados de prisão temporária. Marcelo Odebrecht foi transferido para uma cela de 12 m², que divide com dois executivos de sua empresa, Rogério Araújo e Cesar Rocha, presos em caráter preventivo como ele.
Segundo o jornal, o espaço de Marcelo Odebrecht é o mais organizado da cadeia, com roupas dobradas e livros empilhados. Ele tem apreço pela arrumação, segundo policiais da carceragem, e precisa comer barras de cereal a cada três horas por ser hiploglicêmico. O empreiteiro se distrai lendo e fazendo anotações, como era seu hábito fora da prisão. Quando foi detido na sua casa, em São Paulo, quis levar um caderno, mas foi proibido. Nesta semana, reclamou da escuridão no local e ouviu de um agente: "Isso é uma cela. Você está preso".
Pessoas que mantêm contato com o presidente da Odebrecht afirmam que ele demorou a aceitar a situação. Na noite em que chegou à carceragem da Polícia Federal, levou bronca de um agente. Segundo um dos presentes, ele se encostou "largado na parede" para ouvir as instruções dos policiais.
No dia seguinte, ao ser levado para fazer exames médicos, teria colocado as mãos no bolso e exibido um sorriso, enquanto outros presos se mantinham sérios e com as mãos para trás, como havia sido ordenado.
No último dia 24, Marcelo recebeu a visita da mulher, Isabela. No encontro, teve direito de abraçá-la, o que é permitido apenas uma vez por mês. As conversas geralmente ocorrem no parlatório, onde um vidro separa os presos. A comunicação é feita por telefone.
No prédio da PF em que estão os empreiteiros há outros presos da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Os dois grupos estão em alas separadas e até as duas horas diárias de banho de sol no pátio ocorrem em períodos diferentes.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp