Política

Solla diz que deputados foram coagidos a mudarem de voto na maioridade penal

Publicado em 03/07/2015, às 06h59   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Mais uma manobra do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) possibilitou a aprovação da maioridade penal na madrugada desta quinta-feira (2). Com isso, 24 deputados mudaram de opinião de um dia para outro. De acordo com o petista baiano, Jorge Solla, a “mudança” foi feita através de ‘coação’, ‘pressão’ e ‘chantagem’. Em discurso no plenário da Câmara na tarde de hoje, o parlamentar afirmou ainda que a mesma atuação ocorreu na votação da reforma política.

“O que aconteceu aqui, ontem, à noite, foi muito pior do que votar duas vezes o mesmo projeto e institucionalizar uma regra de que aqueles projetos que o Presidente da Casa defende têm que ir à votação tantas vezes quantas sejam necessárias até que sejam aprovadas. A derrota que tiveram na terça-feira, à noite, mapearam quem votou contra. E ontem passaram o dia pressionando, emparedando, fazendo todo tipo de pressão, de chantagem e de ação contra aqueles que votaram contra para arranjar votos para garantir a maioria”, disse Solla ao ter o microfone cortado.

Alguns deputados alegam que o texto voltou à pauta de forma irregular, já que foi rejeitado por uma margem de cinco votos. Além do presidente da Casa ser acusado de ‘coação’, outros parlamentares afirmaram terem sido pressionados por colegas de partido. Um desses casos é o do deputado Celso Maldaner (PMDB-SC). Ele foi contra a redução da maioridade na primeira votação, e recebeu ameaças de que iam mandar bandidos de 16 e 17 anos para invadirem sua casa. Nesta madrugada ele resolveu apoiar a proposta.

Parlamentares de 13 partidos mudaram o voto. DEM, PDT, PHS, PMBD, PP, PPS, PROS, PSB, PSC, PSDB, PTB, PV e Solidariedade. O partido que registrou mais mudanças foi o PSB, com quatro deputados. PDT e PMDB registraram três mudanças de opinião cada. NO PSDB foram dois.

Veja a lista completa dos deputados que trocaram o “não” pelo “sim” à redução:

Mandetta (DEM-MS)

Abel Mesquita JR (PDT-RR)

Subtenente Gonzaga (PDT-MG)

Kaio Maniçoba (PHS-PE)

Celso Maldaner (PMDB-SC)

Dulce Miranda (PMDB-TO)

Waldir Maranhão (PP-MA)

Marcos Abrão (PPS-GO)

Dr. Jorge Silva (PROS-ES)

Rafael Motta (PROS-RN)

Paulo Foletto (PSB-ES)

Tereza Cristina (PSB-MS)

Valadares Filho (PSB-SE)

Marcos Reategui (PSC-AP)

João Paulo Papa (PSDB-SP)

Mara gabrili (PSDB-SP)

Eros Biondini (PTB_MG)

Sinval Malheiros (PV-SP)

Evair de Melo (PV-ES) 

Expedito Netto (SDD-RO)

JHC (SDD-AL)

Deputados que votaram "não" e depois se ausentaram 

Alice Portugal (PCdoB-BA)

Deley (PTB-RJ)

Domingos Neto (Pros-CE)

Toninho Wandscheer (PT-PR)

Vander Loubet (PT-MS)

Deputados que votaram "não" e depois se abstiveram

Julio Delgado (PSB-MG)

Deputados que trocaram a “abstenção” pelo “sim” em segunda votação:

Marcelo Matos (PDT-RJ)

Lindomar Garçon (PMDB-RO)

Heráclito Fortes (PSB-PI)

Deputados que trocaram o "sim" pelo "não"

Arnon Bezerra (PTB-CE)

Penna (PV-SP)

Deputado que votou "sim" e depois se absteve

Marcelo Castro (PMDB-PI)

Deputados que votaram "sim" e depois se ausentaram

Francisco Chapadinha (PSD-PA)

Francisco Floriano (PR-RJ)

Genecias Noronha (SD-CE)

João Carlos Bacelar (PR-BA)

Laércio Oliveira (SD-SE)

Mauro Lopes (PMDB-MG)

Wellington Roberto (PR-PB)

Com informações da Carta Capital

Publicada no dia 2 de julho de 2015, às 15h

Classificação Indicativa: Livre

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