Faeb: políticos negam tentativa de aparelhamento em processo eleitoral

A emblemática eleição para a presidência da Federação da Agricultura da Bahia (Faeb), envolvendo o atual presidente João Martins e o candidato de oposição Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí, tem movimentado os bastidores da política baiana. Estaria circulando nos grupos do aplicativo Whatsapp uma fala do governador Rui Costa (PT) declarando apoio ao postulante de Andaraí, que é do ramo da pecuária.  Consultado pelo Bocão News, o secretário de Relações Institucionais da Bahia, Josias Gomes negou envolvimento da esfera estadual no processo eleitoral da entidade sindical.

“Em uma eleição sindical, interessa apenas as partes envolvidas na disputa. O governo interage apenas com os eleitos das centrais sindicais, com a própria Faeb”, desconversou o secretário,  que atribui a vinculação do candidato pessebista ao governo por conta da proximidade que existe entre ambas as partes. “Ele sempre nos apoiou. É natural que criem essa vinculação”, pontuou.

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A eleição para a presidência da federação acontece após cinco mandatos seguidos do atual presidente, fato que foi criticado pelo presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, que também nega apoio ou envolvimento da sigla no pleito. “Uma entidade que representa a falta da democracia, sem alternância de poder”, cutucou.

O presidente também descartou os rumores de possível apoio governista ao candidato de oposição, Wilson Cardoso. “Não faz sentido. Ele inclusive entrou na disputa da UPB e do governo contra nós”, lembrou. “Se alguém não está conseguindo tratar as questões internas e está responsabilizando o PT, é falta de organização lá”, cutucou o presidente do PT.

Ex-secretário de Agricultura da Bahia e deputado estadual pelo PP, Eduardo Salles evitou entrar em campo para apoiar um ou outro candidato. “Eu tenho amizade tanto com João Martins como Wilson, mas preferi não entrar nessa questão”, justificou Salles.

O líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Zé Neto (PT), apesar de destacar o “profundo respeito” pelo atual presidente da Faeb, afirma que tem afinidade maior com a candidatura de Wilson, mas que isso não se traduz em campanha. “Essa deve ser uma eleição livre e torço para que vença o melhor. O ideal é não confundir afinidade com aparelhamento”, ressaltou, em resposta às informações de que o PT estaria tentando direcionar a disputa na entidade como forma de criar um campo de atuação.

“Wilson tem uma ligação histórica comigo, mas sempre tivemos um relacionamento respeitoso. Se você perguntar quem dos dois que estaria mais próximo ao governo, Wilson é do PSB, um dos apoiadores de Dilma. Isso não quer dizer que vá aparelhar a federação”, afirmou o deputado petista. 

Publicada no dia 29 de maio de 2015, às 12h