A exoneração do baiano Vicente Neto do cargo de presidente da Embratur causou indignação no comando do PCdoB baiano, responsável pela indicação do turismólogo. Neto foi retirado do cargo após o vice-presidente da República e articulador político do governo federal mexer a peças do xadrez para atender a reivindicação do ministro do Turismo Henrique Alves.
A mudança, que representa a segunda perda baiana na esfera federal após Elmo Vaz ser exonerado da Codevasf, não tem explicação, segundo o deputado federal e presidente do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida. "Não tem justificativa nem do ponto de vista técnico, porque ele era diretor da Embratur, se tornou presidente com resultados extraordinários. Muito menos do ponto de vista político, onde ele era de absoluta confiança do partido. Recebemos isso com certa indignação", revelou o deputado em conversa com o Bocão News.
Apesar de o partido ter votado de forma contrária a algumas orientações do PT em matérias do Executivo no Congresso Nacional, Almeida diz que o PCdoB tem sido solidário e tem apoiado o governo. No início do ano, com o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a direção da legenda comunista se manifestou no sentido de manter Vicente Neto no cargo. "O partido apresentou interesse em mantê-lo e havia sinalização do governo de mantê-lo. O governo nao pode deixar de reconhecer os aliados, tem que atender a todos, mas nao é tirar um aliado como o PCdoB para atender a outro que tem sanha de poder", disparou o deputado.
"Vamos lutar para que o Vicente seja recolado em outro espaço", disse Daniel Almeida. O parlamentar informou que ainda nessa sexta-feira (29) terá uma conversa com a presidente Dilma, que estará presente na 10ª Conferência Nacional do partido em São Paulo. "Vamos dizer a ela que nossa participação no governo, nosso apoio, impõe reciprocidade", bradou.
