Política

Deputados PTB contra fusão com o DEM ameaçam ir para o Solidariedade

Publicado em 17/04/2015, às 11h22   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Os deputados do PTB na Câmara que são contra a fusão com o DEM estudam fazer um movimento drástico: ameaçam uma debandada para o Solidariedade caso o diálogo com a Executiva Nacional não melhore. De acordo com o jornal O Globo, a fusão foi adiada para setembro. 
Ainda de acordo com o diário carioca, o deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Casa, conversou na semana passada com o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, sobre a possibilidade de abrir as portas para 23 dos 25 integrantes da bancada petebista. Se as negociações avançarem, o Solidariedade, que faz oposição ao governo Dilma Rousseff, ficaria com a quinta maior bancada da Câmara, com 39 deputados, atrás apenas de PMDB, PT, PSDB e PP. Fiéis ao PTB, restariam a presidente nacional do partido, Cristiane Brasil (RJ), e seu antecessor, o deputado Benito Gama (BA).
“Se saírem (os 23 deputados), é uma coisa inédita. Não vejo inteligência numa fusão no cabresto. O interesse é o fundo partidário? Fica uma coisa fisiológica”, criticou o deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS), em entrevista ao O Globo. Ele ressaltou, no entanto, que prezará inicialmente por uma atitude “conciliadora”.
O clima no PTB ficou ainda mais tenso na última terça-feira (14), quando a Executiva Nacional do partido baixou uma resolução reforçando a posição de independência com relação ao governo federal e orientando a bancada a votar contra as Medidas Provisórias do ajuste fiscal. "Essa medida de que temos que votar contra o ajuste fiscal causou um mal-estar muito grande. E não queremos um partido que venha obrigar posicionamento de oposição.o partido tem que ter parcimônia. Ditadura nós não queremos", disse Busato.
Na semana passada, membros das bancadas do PTB na Câmara e Senado rejeitaram temporariamente a fusão. Em uma reunião tensa, com direito a discussões acaloradas e dedos em riste voltados para Cristiane Brasil, a maioria do partido defendeu a permanência no governo e a manutenção dos cargos. Da junção, nasceria uma legenda com posição mais independente, já que o DEM possui fortes lideranças de oposição. Unidos pelo interesse de um maior protagonismo no cenário político, com planos de uma candidatura a presidente em 2018, PTB e DEM chegariam, juntos, à quarta maior bancada da Câmara, com 37 deputados, e do Senado, com oito senadores.
A presidente nacional do partido contou que as conversas sobre fusão com o DEM começaram por uma “coincidência do destino”, quando conheceu o deputado Felipe Maia (DEM-RN) no ano passado. Ela citou quadros do Democratas como possíveis candidatos à Presidência, entre eles o senador Ronaldo Caiado (GO), o deputado Mendonça Filho (PE) e ACM Neto, prefeito de Salvador, e disse que os dois partidos não aceitarão mais ser “acessório” de PT, PSDB ou PMDB.
"É uma comunhão de interesses. Esse projeto nos torna a quarta maior bancada, coloca nossas lideranças num patamar nacional para, num futuro próximo, disputar a Presidência. Não queremos mais ser partido acessório do PT, PSDB, PMDB ou qualquer que seja o partido. Temos lideranças capazes de concorrer",afirmou, acrescentando que conversará com o líder do partido na Câmara para diminuir o "climão" dentro da legenda.
Sobre a posição ideológica do novo partido, que deve continuar com o nome PTB, é categórica: "de jeito nenhum governo. É independente". Ainda que o diálogo seja retomado e a fusão ocorra de forma relativamente tranquila, é dado como certo entre os petebistas a saída da bancada de Pernambuco, que tem quatro deputados federais. O deputado Jorge Côrte Real (PE) critica a possibilidade de fusão, mas diz que só cogitará mudar de partido “em última instância”: "A gente não vê com simpatia essa junção.
No início, na base, não fomos ouvidos. Era preciso uma ampla consulta. Nada contra o DEM, mas é uma composição programática e pragmática conflitante com a nossa, a gente não vê como juntar. E fundamentalmente nos estados não seria compatível. A gente apoia o governo, tem uma posição. No meu estado é o contrário, o PTB é oposição e o DEM, situação. Ainda têm muitas arestas a serem aparadas".

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