Como forma de agradar os petistas e evitar uma hegemonia do PMDB na articulação política, a presidente Dilma Rousseff designou os ministros da Defesa e da Comunicação, Jaques Wagner e Ricardo Berzoini, respectivamente, para atuarem como interlocutores do PT nas dependências da atuação política e da divisão de espaços no segundo e terceiro escalão.
Conforme informações do Valor Econômico, Wagner foi acionado pelo traquejo político. Ele já atuou como emissário especial de Dilma em missões delicadas, como acalmar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no auge das diferenças do pemedebista com o Planalto.
Berzoini foi convocado pela memória do assunto: deflagrou as tratativas com aliados quando ainda comandava a SRI, cargo que trocou pelas Comunicações no segundo mandato. De acordo com a publicação, há uma reinvindicação dos partidos aliados para que essa questão seja liquidada logo para ajudar a pacificar a base no Congresso. A espera remonta à eleição para a presidência da Câmara e à divulgação dos investigados na Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Ainda segundo a publicação, até a semana passada, uma minuciosa planilha, com o detalhamento dos cargos no segundo escalão e respectivas preferências partidárias repousava sobre a mesa do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O mapa de cargos havia sido elaborada a quatro mãos entre Mercadante e o então titular da Secretaria de Relação Institucionais (SRI), Pepe Vargas. Agora, Mercadante foi afastado desta tarefa, dando lugar a Berzoini e Wagner.
Há centenas de cargo em disputas pelos aliados. O PMDB está de olho no Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e na Companhia de Desenvolvimento do Vale dos São Francisco (Codevasf), ligados ao Ministério da Integração, sob controle do PP. Estão em jogo, ainda, presidências e diretorias do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, estatais do setor elétrico, agências reguladoras e superintendências regionais.
