Política
Publicado em 26/03/2015, às 09h00 Juliana Nobre (Twitter:@julianafrnobre)
O ano letivo já iniciou em muitos municípios baianos, mas não para alunos da rede municipal de Correntina. Há três semanas, os estudantes das 32 escolas não assistem aulas devido à greve dos profissionais da Educação. Além da falta de pagamento, os educadores cobram melhores condições de infraestrutura nos locais. Ao Bocão News, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Correntina (Sinditec), Iremar Araújo, informou que pelo menos oito escolas não possuem condições estruturais para a atividade.
Cada centro possui em média 300 estudantes e praticamente 10 mil alunos estão sem acompanhar as aulas. As que ainda funcionam também possuem problemas na estrutura. “As escolas estão caindo aos pedaços, inadequadas a qualquer padrão, MEC [Ministério da Educação], Anvisa [Vigilância Sanitária], o que não podemos nem realizar programas com o governo federal”, conta Araújo.
É possível perceber que a rede de esgoto nas escolas não foi finalizada; cadeiras enferrujadas ainda dividem o espaço; outras utilizadas estão velhas e remendadas e telhados estão abertos.
As primeiras reformas foram realizadas na gestão do ex-prefeito Nilson José Rodrigues (PCdoB), em 2005, mas não finalizadas. As obras se mantiveram durante a gestão de outro comunista, Laerte Silva que também não as concluiu. Agora, o gestor municipal, Ezequiel Barbosa (PSDB) alega que as unidades estão em condições para utilização.
Em relação à greve dos professores, o prefeito contesta ser ilegal e afirmou que vai descontar as faltas da folha de pagamento dos profissionais. Na última quarta-feira (18), a prefeitura denunciou ao Ministério Público a possível ilegalidade na paralisação da Educação. O processo ainda não foi julgado.
Durante discurso, o tucano desdenha da paralisação dos professores. “Eu estou gostando da greve, estou achando até bom porque esse mês a folha de pagamento cai para mim porque eu vou descontar. Eu não tenho medo de fofoca, nem de ameaça e muito menos de greve, pois eu trabalho certo e cumpro minha obrigação. Politicagem tem limite”, acusa.
A prefeitura de Correntina, por meio do secretário de Comunicação Social, Luciano Neves, garantiu encaminhar nota de esclarecimento sobre a situação no município, mas até o fechamento desta matéria, a secretaria não se pronunciou.
Publicada no dia 25 de março de 2015, às 16h26
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