Política

Oposição quer investigar manutenção do programa Alfa e Beto

Publicado em 03/03/2015, às 18h48   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Em uma sessão acalorada na Câmara de Vereadores de Salvador, na tarde desta terça-feira (3), os vereadores da oposição resolveram pedir esclarecimentos a Secretaria de Educação por conta da manutenção do programa Alfa e Beto. Durante a sessão, o vereador Carlos Muniz (PTN) apontou a responsabilidade para a subsecretária, Tereza Pontual, e denunciou interesses pessoais por parte da mesma.


Vereador Carlos Muniz

“Temos que investigar porque o programa ainda continua sendo implantado. Tenho informações de que a sub-secretária tem o marido trabalhando no [instituto] Alfa e Beto”, disse Muniz.

O vereador Gilmar Santiago (PT) se disse preocupado com a manutenção do programa, já que foi considerado por professores e pelo sindicato da categoria conter ensinamentos racistas. “O programa já foi criticado pelo próprio secretário [Guilherme Bellintani]. É dinheiro público investido em um programa comprovado pelos professores e APLB que não funciona. É uma agressão à população de Salvador que tem maioria negra. É um conteúdo racista e portanto queremos ver a planilha de custos desse programa”, critica.

Em conversa com o Bocão News, o líder da oposição, Luiz Carlos Suíca (PT), explica que a comissão de Educação debaterá a situação do programa. “Vamos investigar e fazer um processo de discussão da Educação em Salvador. Já convidei o secretário Guilherme Bellintani para uma audiência pública no dia 18 de março que vai discutir a educação infantil”, conta.

Polêmica


Prefeito ACM Neto, o então secretário de Educação, João Carlos Bacelar e a subsecretária Tereza Pontual

O programa Alfa e Beto foi implantado ainda na gestão do secretário João Carlos Bacelar, correligionário do vereador Carlos Muniz, que voltou ao debate na sessão de hoje. O programa foi contratado pela prefeitura ao custo de R$ 12,3 milhões sem licitação pública e provocou revolta nas entidades profissionais da categoria, como a APLB . Anteriormente, a prefeitura já havia aderido ao Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) e ao Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) ainda com João Carlos Bacelar como chefe da pasta. Portanto, a adoção do Alfa & Beto seria contraditório. Para os educadores, o material contém textos racistas, sexistas e traz valores judaíco-cristãos em um conteúdo descontextualizado. Contudo, o Ministério Público pediu a suspensão do programa, o que não ocorreu.

Classificação Indicativa: Livre

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