Política

OAS acusa delegado da Lava Jato de mentir sobre envolvimento de Argôlo e doleiro

Publicado em 26/02/2015, às 07h44   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A empreiteira OAS acusa o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, que conduziu a Operação Lava Jato até o final do ano passado, de ter "faltado com a verdade" duas vezes nas investigações sobre pagamento de propina em obras da Petrobras, de acordo com informações publicadas pela Folha, nesta quinta-feira (26). Advogados da empreiteira afirmaram que a PF sabia desde setembro de 2013 que os então deputados federais André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (SD) trocavam mensagens com o doleiro Alberto Youssef por meio de celulares e omitiram esses fatos do juiz Sergio Moro.
Em documento enviado à Justiça, o delegado disse que só solicitou informações sobre os parlamentares "com a deflagração da operação". A Lava Jato teve início em 17 de março de 2014, cerca de seis meses depois da mensagem enviada à empresa que fabrica os celulares BlackBerry, a RIM, do Canadá. O e-mail pedia os dados completos de usuários que usavam apelidos como Omeprazol, Javier Barden e Greta Garbo. Além de André Vargas, a lista citava as iniciais LA, apontadas depois como as do deputado Luiz Argôlo.
O advogado Edward Carvalho, da OAS, diz que, como deputados só podem ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal, toda a apuração da Lava Jato deveria ter sido enviada a essa instância em setembro de 2013. O e-mail com a solicitação das informações à empresa que fabrica o BlackBerry estava fora do processo, segundo Carvalho. A mensagem só foi incluída na sexta-feira (20).
Ao enviar à Justiça dados para que o Supremo investigasse os parlamentares, o delegado suprimiu a data do e-mail, segundo Carvalho. Vargas foi cassado e Argolo não foi reeleito deputado, e eles devem responder às acusações à Justiça de primeira instância. Quatro integrantes da cúpula e um funcionário da OAS estão presos desde novembro, entre eles o presidente, Léo Pinheiro.

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