Política

Palco do Rock no Carnaval continua sem recurso do governo do estado

Publicado em 10/02/2015, às 12h00   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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A quatro dias do início das apresentações no Palco do Rock, no Carnaval de Salvador, o projeto continua sem recursos do governo do estado. Palco, sonorização e camarim já estão prontos no bairro Jardim de Alah, garantidos pela prefeitura de Salvador, mas o pagamento dos 32 artistas que se apresentariam no local ainda não foi garantido pelo estado. Apesar disso, seis bandas tocarão gratuitamente e pagarão suas estadias com recursos próprios.

Há 21 anos, o projeto traz artistas baianos e de outros estados para participarem do Palco do Rock em pleno Carnaval. Porém, este ano, a festa para os roqueiros pode ficar prejudicada sem o pagamento das bandas. De acordo com a presidente da Associação Clube do Rock da Bahia, Sandra de Cássia, até esta segunda-feira (9), a Secretaria de Cultura do Estado ainda não garantiu o recurso.

“O ex-secretario Albino Rubim cortou o recurso para o festival e quando Jorge Portugal assumiu manteve o corte. Apesar dele [Jorge Portugal] afirmar que iria apoiar o festival, não disse quando e como e continuamos indo atrás, mas até agora nada”, contou a presidente.

Segundo Sandra de Cássia, a Secult informou que a documentação da associação estava em tramitação no setor jurídico da pasta há três semanas. “Só quero entender por que este preconceito conosco. Entregamos a documentação há meses. Somos profissionais como todos os outros artistas do Carnaval”, queixou-se.

A presidente ainda informou que seis bandas garantiram a apresentação no festival, mesmo sem recurso governamental. “É uma vergonha para o nosso estado. Eles se propuseram a vir, pagar passagem aérea e hospedagem porque são a favor da causa. É um descaso com a gente”, lamentou.

As bandas Angra e Ratos do Porão cancelaram as apresentações sem a confirmação dos cachês.

Decisão política

Ex-presidente da Saltur, o vereador Claudio Tinoco (DEM), afirmou ao Bocão News que a indefinição do governo do estado é falta de “decisão política”. “Há uma discriminação pelo estilo, apesar do Carnaval ser uma festa da diversidade. Mas o Palco do Rock é uma espaço consolidado e deveria ter mais importância para o estado”, criticou Tinoco.

O vereador ainda pontuou que a responsabilidade da prefeitura foi cumprida, mas que não há possibilidades da pasta municipal arcar com as despesas com cachê dos artistas.

“Enquanto fui presidente da Saltur construímos um acordo para dar incentivo ao festival e dividimos as tarefas. A prefeitura tem cumprido com tudo nestes últimos anos. O que falta é uma decisão política de garantir que o rock também faz parte da cultura da nossa cidade”, assegurou.

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Publicada no dia 9 de fevereiro de 2015, às 19h15

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