Política

Doleiro Youssef finalmente encerra seus depoimentos

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Interrogatório conclui etapa antes de a Justiça decidir se homologa, ou não, o acordo  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 26/11/2014, às 08h06   Amanda Sant'ana (Twitter: @amandasmota)


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Após seis horas de interrogatório, finalmente Alberto Youssef conclui seus depoimentos. Na noite de ontem (25), o doleiro prestou seu último depoimento à Polícia Federal (PF), do acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF), encerrado por volta das 20h30. Segundo a PF, o depoimento foi a última etapa antes de a Justiça decidir se homologa, ou não, o acordo.
Mais cedo, a defesa do doleiro afirmou que a expectativa do cliente é de que possa cumprir uma eventual pena, caso seja condenado, em regime aberto. Segundo o advogado Figueiredo Basto, as colaborações de Youssef foram cruciais para o desdobramento das investigações, por isso há intenção de obter benefícios significativos. “Ele faz jus a um prêmio em razão daquilo que ele tem colaborado com a Justiça, e com a própria utilidade para que se levantasse o tamanho dessa situação toda, que é espantosa, não podemos negar isso. É um escândalo de corrupção que eu não me lembro de tamanha envergadura neste país”, afirmou Basto.
O criminalista disse não ter conhecimento sobre o depoimento desta terça ter sido o último, mas a assessoria de imprensa da Polícia Federal confirmou o encerramento. Segundo Basto, a partir do último depoimento a expectativa é de que a homologação do acordo de delação seja feita em até 10 dias - mas não há prazo oficial. O advogado reforça que, nesta etapa, o que será homologada é a formalidade do acordo, isto é, se Ministério Público e a defesa cumpriram as formalidades da lei que regulamenta a delação.
“Esses depoimentos só vão ter valor quando eles forem repetidos e comparados com provas na fase judicial. Por enquanto ninguém pode ser processado, condenado com base nesses depoimentos. É preciso que existam outros meios de prova, a palavra do colaborador sozinho não serve de prova”, disse Basto. A efetividade da colaboração, portanto, será avaliada em uma fase posterior, na fase judicial do processo. Ainda conforme Basto, os benefícios a serem obtidos devem se materializar nas ações que já tramitam contra Youssef, tanto no caso Lava Jato, quanto em ações anteriores do caso Banestado. 
Por essa razão, a defesa requereu a suspensão do andamento destes processos. Questionado sobre o que, além do regime aberto, foi requisitado, Basto não entrou em detalhes.  “Ainda é muito cedo para falar disso. É claro que como advogado eu gostaria de ver meu cliente sempre solto, mas ainda é muito cedo para falar nessa questão. Há um debate jurídico muito grande em cima disso”, afirma.
Ainda em declarações, Basto afirmou que Youssef não tinha poder para comandar um esquema desta “envergadura”, conforme apontado pelas investigações. “Ele é mera engrenagem desse esquema, nunca comandou esse esquema, nem tinha poder para isso. Primeiro porque não era funcionário público, segundo porque não é agente político, e não trabalhava em empreiteira. Então ele era usado por essas pessoas para que esse esquema pudesse se movimentar”, disse.
O advogado ainda negou as acusações de que Youssef extorquia as empreiteiras para que elas obtivessem a garantia da continuidade dos contratos com a Petrobras, conforme afirmou a defesa de algumas das empresas investigadas. “Quero repelir essa acusação de extorsão. O que pode haver é que [Youssef] forçasse as empreiteiras a participar de licitações, até acredito que isso fosse possível, mas imputar ao meu cliente extorsão é impossível porque ele não tinha poder nenhum para definir os rumos dessas negociações”, concluiu Basto.

Informações retiradas do site G1.

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