Polícia

Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Câmara repudia estupro coletivo

Publicado em 28/05/2016, às 11h50   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)


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Após uma jovem de 16 anos ser estuprada por cerca de 30 homens em uma comunidade no Rio de Janeiro, diversos segmentos da sociedade, além de personalidades públicas e cidadãos se manifestaram sobre o assunto.
Neste sábado (28), em nota enviada ao site Bocão News, a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Câmara Municipal de Salvador emitiu uma nota de repudio sobre o caso. Veja abaixo a nota na íntegra:
A Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Câmara Municipal de Salvador vem a público se posicionar contra o estupro coletivo sofrido por uma jovem de 16 anos, ocorrido no dia 24 de maio de 2016. Evidente que esse crime bárbaro seria repudiado por qualquer pessoa que ainda
preserve em si o mínimo de humanidade e caráter. No entanto, é preciso destacar que por trás desse crime há uma cultura que incentiva a violência contra a mulher.
Os criminosos que participaram do estupro devem ser severamente punidos. Mas não adianta tratar esse caso de forma isolada, sem combater diariamente as práticas culturais que resultam nesse tipo de violência. É preciso combater os discursos que visam deslegitimar o movimento feminista; o tratamento midiático que inferioriza a mulher e explora abusivamente a sua sexualidade; as músicas que fazem apologia à violência contra a mulher; dentre diversos outros elementos que acabam fortalecendo a cultura do estupro.
No entanto, também no campo político-institucional se percebe práticas machistas que corroboram com essa cultura do estupro. É inaceitável, por exemplo, que deputados usem o parlamento para
homenagear torturadores sexuais; exibam imagens expondo e manipulando o órgão sexual de mulheres (inclusive da própria mãe); ou  que um ministério receba em seu gabinete um estuprador confesso e impune.
O enfrentamento a essa prática cultural, portanto, deve se dar em diversos âmbitos da sociedade, inclusive dentro das instituições. É preciso defender leis que garantam uma maior participação feminina na política; que combatam os abusos cometidos pelos meios de comunicação, inclusive de campanhas publicitárias que resumem a mulher a um mero objeto sexual; e promover o debate de gênero nas escolas, para que as crianças não reproduzam o machismo em suas vidas. Estaremos atentas, acompanhando, cobrando punição para os criminosos e provendo ações que estimulem a cultura do respeito e da solidariedade entre todas as pessoas.
Reafirmamos, portanto, que atrás de um estupro existe toda uma prática cultural de violência contra a mulher. Essa cultura está presente na mídia hegemônica, nas músicas, no comportamento masculino, mas também nas políticas públicas. Por isso, nós da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres nos solidarizamos com a jovem violentada e nos posicionamos contra qualquer prática cultural que resulte em crimes contra a mulher.

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