Polícia

Sem dinheiro, secretário pede ajuda para combater violência: falta avançar muito

Publicado em 02/09/2015, às 10h38   Caroline Gois (Twitter: @bocaonews)


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Morte de estudante, sequestro de cabeleireira, assassinato no Imbuí, bebê esquartejado, caixas eletrônicos explodidos e criança enterrada no Areal. Estes são, infezlimente, os poucos casos que chocaram e marcaram o mês na capital baiana, somando-se às ocorrências alarmantes da violência que atinge todo o Estado da Bahia. 
Na manhã desta quarta-feira (2), o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, concedeu uma entrevista exclusiva ao apresentador Zé Eduardo, na Rádio Metrópole. Admitindo que a situação é crítica, Barbosa fez uma balanço da gestão, falou do efetivo e pediu ajuda ao Governo Federal. "Temos que colocar este assunto em torno da segurança pública em nível de discussão social e não somente deixarmos para meia dúzia de pessoas. Isso para que possamos pensar no futuro da segurança", afirmou.
Segundo o secretário, há a necessidade de mais investimentos e citou, como exemplo para demonstrar a dificuldade na ação da polícia, o combate ao tráfico. "A responsabilidade do tráfico é da Polícia Federal, mas mais de 99% das ações somos nós no Estado que fazemos e não recebemos repasse do Governo Federal", ressaltou.
Tecendo críticas ao Governo por não receber repasses, como ocorre na Educação e Saúde, em diversos momentos da entrevista o secretário frisou a necessidade de ajuda financeira para que o trabalho seja feito de forma efetiva e com a obtenção de resultados. "Precisamos ter mais investimentos para contratar porque é necessário um número maior de policiais. Mas, não temos condições financeiras para isso", reforçou o apelo, divulgando que na pasta da secretaria há R$ 3 milhões adquiridos através de convênio "para um orçamento de R$ 4,1 milhões. Seria necessário, no mínimo, um efetivo de 70 mil homens para garantir a segurança em toda Bahia". Este número solicitado pelo gestor equivale a mais que o dobro do que o Estado possui hoje, cerca de 30 mil PMs. 
Com relação às ações e parcerias com a prefeitura, Maurício Barbosa aproveitou a oportunidade para criticar a comunicação entre Estado e Município. "Precisamos sentar porque falta diálogo da prefeitura com o Governo", disparou, referindo-se a realização de festas e a necessidade de se ter policiais atuando, muitas vezes deslocados para tal evento. 
Quando questionado sobre uma análise em torno da violência que assola todo o país, o secretário diz entender que "é um conjunto de fatores. Da questão educacional às condições que o marginal encontra para a prática do crime. Se não tivermos investimentos e não discutirmos o problema vai ficar cada vez mais difícil. Falta avançar muito mais".
Com relação à liberação do porte de arma pelo cidadão, Barbosa diz ser a favor de uma sociedade que se defenda, "mas não qualquer pessoa andar armada. É uma discussão importante. Se o cidadão de bem comprovar que tem capacidade psicológica e técnica para portar arma, não vejo problema".
A proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil foi rejeitada por quase dois terços dos eleitores, em referendo realizado em 2005. Com o resultado, continuam em vigor todas as demais disposições do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826), promulgado em 23 de dezembro de 2003, que já restringe a posse e uso de armas de fogo às corporações militares e policiais, empresas de segurança, desportistas, caçadores e pessoas autorizadas apenas pela Polícia Federal.

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