Política

Tabela da UTC indica repasses de R$ 2 mi a filho de ministro do TCU

Publicado em 05/02/2016, às 14h42   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Uma tabela repassada pela empreiteira UTC aos investigadores da Operação Lava Jato aponta pagamentos de R$ 2,2 milhões ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, de acordo com informações publicadas pela Folha. Parte teria sido entregue em dinheiro em espécie.
Segundo o jornal, o documento foi anexado pelo dono da construtora, Ricardo Pessoa, que se tornou um dos delatores e era apontado como chefe do clube de empreiteiras que atuou nos desvios na Petrobras.
A tabela, intitulada "ThiagoBSB", mostra 24 repasses de R$ 50 mil, entre junho de 2012 e setembro de 2014, além de um pagamento de R$ 1 milhão em 13 de fevereiro de 2014. Os valores aparecem ao lado de Thiago/Luciano. Segundo Pessoa, Luciano é referência ao primo do advogado, Luciano Araújo, tesoureiro do partido Solidariedade.
O empreiteiro entregou ainda registros da UTC que apontam 151 entradas de Tiago em unidades da empresa, entre 2012 e 2014, e 80 de Luciano, entre 2013 e 2014.
As informações constam em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal que investiga irregularidades na licitação da usina nuclear de Angra 3. Também são alvos do inquérito o ministro do TCU Raimundo Carreiro, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Ricardo Pessoa disse que pagava R$ 50 mil por mês a Tiago desde 2012 e que desembolsou R$ 1 milhão para o advogado ajudar na liberação do processo licitatório de Angra 3, analisado pelo TCU por indícios de irregularidades. Uma das linhas de investigação verifica se esse R$ 1 milhão teria sido repassado a Raimundo Carreiro.
Ao jornal, a assessoria de Tiago Cedraz disse que não houve pagamentos ao advogado e que isso foi demonstrado no processo que está em tramitação no STF. O escritório Cedraz Advogados tem afirmado que nunca patrocinou nenhum caso da UTC perante o TCU.
De acordo com a assessoria, o escritório "sempre pauta sua atuação pelo rigoroso cumprimento da legislação vigente, resultando inclusive na observância dos devidos impedimentos". E que "processará o Sr. Ricardo Pessoa, civil e criminalmente, pelas mentiras lançadas no bojo de uma delação premiada forjada para atenuar ilícitos confessados".
Publicada no dia 5 de fevereiro de 2016, às 8h

Classificação Indicativa: Livre

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