Política

Ex-gerente da Petrobras diz à PF ‘não saber explicar’ depósito de lobista

Publicado em 21/11/2015, às 12h15   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O engenheiro Roberto Gonçalves, ex-gerente executivo da área Internacional da Petrobras, disse nesta sexta-feira (20) à Polícia Federal que “não sabe explicar” por que o lobista Mário Góes afirmou ter pago propinas a ele no esquema de corrupção instalado na estatal entre 2004 e 2014. Alvo da Operação Corrosão, 20.ª fase da Lava Jato, Gonçalves foi preso pela PF na segunda-feira, em caráter temporário por cinco dias, e o juiz Sérgio Moro prorrogou nesta sexta sua prisão por igual período, cinco, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal.

Acompanhado de seu advogado, James Walker, o ex-gerente depôs à delegada Renata da Silva Rodrigues, da PF em Curitiba, e negou ter recebido vantagens indevidas. Mário Góes é apontado como operador de propinas e fez delação premiada. Segundo ele, o repasse a Gonçalves teria saído de contratos celebrados pela Sete Brasil, criada em 2010. Outro delator, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou que entregou propinas ao então gerente executivo “em espécie, por cerca de seis vezes”, no Rio de Janeiro. Gonçalves disse ter conhecido o lobista em 2007 ou 2008 “por conta de sua atuação na área de engenharia naval”. “Góes era representante de empresas que atuavam nessa área. Encontrou Góes em diversas ocasiões, desde o momento que o conheceu, tendo inclusive conhecido sua família e tendo estado em sua residência em São Conrado”, disse.

O engenheiro substituiu Pedro Barusco na Gerência Executiva da Diretoria de Serviços da Petrobras, um dos principais focos de corrupção na estatal. Barusco confessou ter recebido US$ 97 milhões em propinas. Ele disse que Gonçalves “estava entre os beneficiários” de propinas e que “para tanto utilizou conta secreta no exterior”. A Procuradoria alega ter descoberto que Gonçalves mantinha conta no Banco Pictet&CO em nome da offshore Mayana Trading. À PF, o executivo negou ter movimentado dinheiro neste banco.

Fonte: Estadão

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