Política

Não vou prejulgar ninguém, diz Jaques Wagner sobre Eduardo Cunha

Publicado em 14/11/2015, às 16h27   Cíntia Kelly (@cintiakelly_)


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Em Salvador, onde participou da convenção do PCdoB, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, bateu um papo breve com a imprensa. Ao Bocão News, ele falou sobre impeachment da presidente Dilma Rousseff, da possibilidade de bons ares soprarem para a presidente no Congresso Nacional.

Sobre o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encrencado com denúncias de contas bancárias não declaradas na Suiça, Wagner optou por não fazer “juízo de valor”. “Não vou prejulgar ninguém antes da conclusão do inquérito porque eu já tenho amigos prejulgados e depois reinocentados (sic)”, disse. Sobre o tão falado acordo entre Planalto e Cunha para um salvar o outro da degola, Wagner descartou. “Hoje não tem acordo possível neste âmbito com grau de transparência da imprensa”. Leia abaixo a entrevista.

Bocão News - O senhor acredita que o Congresso Nacional irá votar o ajuste fiscal? Esta semana o PSDB deu sinais de que pode votar favorável.
Jaques Wagner
- Eu acho que há cada vez mais o convencimento das pessoas, não só da classe política, da necessidade de tomar medidas para que a economia volte a ter rumo de crescimento. Eu acho que hoje o ambiente está melhor. Conseguimos aprovar mesmo de forma apertada a repatriação. Acho que a DRU está andando. Vamos montar uma comissão (...). Claro que não será aprovado esse ano, mas como é PEC assim que for aprovada começa a valer. Espero que saia o relator da CPMF. Não é uma questão de governo, mas de Estado. Precisamos recolocar a economia.

Houve toda uma movimentação em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senhor acha que já se dissipou?
Jaques Wagner
- Eu acho que as pessoas estão cada vez entendendo que é mais importante tomar medidas econômicas do que tirar a presidente que está lá com legitimidade do voto. No presidencialismo a legitimidade é da eleição. Não estamos no parlamentarismo, em que por eventual impopularidade (se afasta o presidente). Sabemos que neste momento a presidente Dilma está (com queda da populariade). Mas tem mandato no presidencialismo. É diferente do parlamentarismo. Acho que algumas pessoas estão misturando os dois sistemas. E insistindo em uma questão que não tem lastro algum. Acho que a tendência é se esvaziar.

Como o senhor está acompanhando o processo do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, no Conselho de Ética?
Jaques Wagner
-  O processo está no Conselho de Ética. Espero que se faça um julgamento justo e equilibrado do deputado. Não vou prejulgar ninguém antes da conclusão do inquérito porque eu já tenho amigos prejulgados e depois reinocentados (sic). Não vou fazer juízo de valor antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho de Ética façam o seu julgamento. Tem os dados que apareceram. Vamos ver a investigação. Até quando ele for presidente da Câmara eu vou me relacionar com ele com a naturalidade de quem tem que conversar com o Congresso.

Ele vem dificultando a vida da presidente Dilma Rousseff dentro da Câmara.
Jaques Wagner
– Eu acho que agora tem conseguido ter um nível de diálogo melhor.

Mas por ter havido uma acordo para um salvar o mandato do outro?
Jaques Wagner
- Não existe. Hoje não tem acordo possível neste âmbito com grau de transparência da imprensa. Ninguém tem interesse até porque são casos totalmente diferentes. São histórias totalmente diferentes. Até porque eu acho inócuo qualquer acordo. Ninguém vai segurar a opinião pública, ninguém vai segurar vocês (da mprensa) em relação a fatos objetivos.

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