Colunas / Na Sombra do Poder

Na Sombra do Poder: o garoto de recado e o secretário esquentado

Publicado em 17/08/2017, às 05h30   Editoria de Política


FacebookTwitterWhatsApp

Bode na sala

Esse relatório do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) estava cheio de bode na sala. Colocou, com a anuência ridícula de seus pares, um bocado de engodos com dois propósitos nada republicanos: se desse certo, aprovaria um bocado de privilégios para a classe política que ia desde a “emenda Lula” até um fundo imodesto de R$ 3,6 bilhões para custos da campanha; se desse errado, como deu, retiraria, em nome de “ouvir o anseio popular”. Nada de se apoquentar diante de tamanha facilidade para se auto ajudar.

Pau mandado

O líder da oposição na Câmara de Salvador, vereador Zé Trindade (PSL), foi pego para Cristo pela bancada governista na Casa. Em um discurso inflamado, por exemplo, Téo Senna (PHS) o chamou de “pau mandado” e “garoto de recado do governador Rui” na CMS para tentar atingir o prefeito ACM Neto (DEM). Vale lembrar que Trindade e os vereadores de oposição ingressaram com uma notícia-crime contra Neto e Prates, mas, antes de protocolarem a peça no MP, a transformaram em representação.

A volta dos que já foram

Teo também foi pra cima do governador Rui Costa, que já foi vereador da Casa: “parece que Rui não deixou de ser vereador”. Completou com a afirmação de que utiliza a pessoa de Trindade para manobrar.

De louça, nenhum pires

Inclusive vale um esclarecimento: em nenhum momento foi pedida a prisão do prefeito e do presidente da Casa por parte dos opositores. O Ministério Público foi provocado a proceder com o caso e caberá a ele a autoria de uma eventual ação que pode surgir da representação.

Será, seria

Interessante, nestes tempos de precipitação, é este tipo de conjugação verbal. Seria dada entrada numa notícia crime, portanto, seria Trindade o responsável por acusar Prates e Neto. Não aconteceu e ficou naquelas de poeira no deserto. Se misturou com areia e as declarações foram parar na vala comum. Mas a representação está de pé.

Futuro do pretérito

Por falar nesse tempo verbal, vale ressaltar que a reforma de Rui sai até a próxima semana e, antes disso, o futuro do pretérito é usual: Josias sairia da Serin, mas deve ficar. Jorge Portugal sairia da Cultura, mas deve ficar. Vitor Bonfim pode, de fato, sair da Seagri; Geraldo Reis, da Sema; Carlos Martins, da Justiça e Direitos Humanos; e por aí vai.

Loteria

Os sites e blogs ouvem fontes qualificadas e próximas a Rui Costa, mas o fato é que os que convivem com ele sabem muito pouco do que o governador pretende fazer. Secretário, nesta gestão, é convocado a assumir a função de véspera. Pelegrino, Geraldo Reis e outros são exemplos iniciais disso.

Mãos de tesoura

Durante a votação dos vetos na Câmara, três fatos chamaram atenção: 1. Zé Trindade pediu verificação nominal antes da votação que apontou 13 ausentes no Plenário, ou seja, vai ter edil com salário cortado no fim do mês e a questão vem reverberando entre os colegas de Plenário; 2. Edvaldo Brito (PSD) vociferou contra o prefeito e a Procuradoria por conta dos vetos. Afirmou que há uma clara interferência de poderes. Não gostou nada. 3. Aladilce Souza (PCdoB) trouxe à tona um apelido antigo que havia dado ao prefeito ACM Neto: ACM Veto. Isso por conta das tesouradas nas matérias.

Heraldo não quer parar

Heraldo Rocha, presidente municipal do DEM e dirigente do DNOCS da Bahia, pode até não ter mais o mandato de deputado, mas o discurso e as provocações continuam de um nítido líder de oposição na ALBA como assim foi no primeiro mandato de Jaques Wagner. Nesta última semana, protagonizou um acalorado debate com o líder do governo, deputado Zé Neto (PT). Chegou a dizer até que o petista leva tudo para Feira de Santana, mas não consegue ganhar nunca uma eleição para prefeito na cidade.

Recordar é viver

Heraldo conseguiu um cargo no Governo Federal e se tornou dirigente partidário do DEM, mas não se esquece, embora não fale sobre o assunto, que deixou o Palácio Luís Eduardo Magalhães por conta das costuras do próprio líder do partido na Bahia. Foi Neto que articulou candidaturas como a de Bruno Reis e Pablo Barrozo. Heraldo e Gaban ficaram furiosos à época. Hoje negam, mas quem tem memória lembra.

Fábio, o esquentado

Eis que o esquentado secretário de Mobilidade de Salvador, aluno da Escola Geddel de Política, Fábio Mota (PMDB), não gostou nada das declarações do secretário da Casa Civil de Rui, Bruno Dauster, ao falar em primeira mão no Se Liga Bocão da Itapoan FM sobre a reunião no MP. Reclamou do tom dado às matérias do BNews sobre a situação e, como bem provocou o radialista Zé Eduardo, quis até escolher a manchete da matéria. Recebeu como reposta do radialista: “vá tomar maracujina”.

Agente eleitoral

O subprefeito do bairro de Pau da Lima, Jean Sacramento, natural de Nazaré das Farinhas, foi um dos que comemoraram a entrega de ambulâncias pelo governador Rui Costa (PT), nesta semana, a alguns municípios baianos. Auxiliar do prefeito ACM Neto (DEM), Sacramento compartilhou em suas redes sociais fotos do ato realizado no CAB e agradeceu a algumas pessoas, dentre elas o deputado estadual Reinaldo Braga (PSL), aliado do governo petista na esfera estadual. Uma das ambulâncias com emenda do parlamentar foi destinada à cidade do subprefeito, administrada pela democrata Eunice Barreto. É um pé lá e o outro cá?

Vacas magras

Sem saber se vai ter fundão de campanha, o prefeito usa o que pode. Cabo eleitoral custa caro no interior e todo mundo que foi candidato sabe disso, portanto, um subprefeito de bairro pode ser considerado um cabo eleitoral que vem recebendo a prestação. Como diria um sabido observador: isso é do jogo.

Avoado, Wagner

Para não perder o hábito, o ex-governador Jaques Wagner, atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, foi a Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, de helicóptero. O petista esteve na cidade por ocasião da Festa da Boa Morte. No mesmo dia e turno, Rui Costa (PT), atual governador, estava em Canarana inaugurando obras.

Vem pra mim

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), fez uma revelação durante entrevista ao apresentador José Eduardo, na Metrópole FM, nesta quarta-feira (16). Conversa vai, conversa vem, o parlamentar, que mantém bom diálogo com o grupo do prefeito ACM Neto (DEM), contou que já recebeu convite para se filiar ao PMDB. A proposta teria partido do articulador político de Neto, o vice-prefeito Bruno Reis (PMDB).

Não existe

Coronel não sai do PSD por nada deste mundo. Convidar Coronel a sair pode ser tiro saindo pela culatra. Compadre de Otto Alencar, o presidente da Alba não sai do lado do senador por nada.

Assim, assado

Quem foi visto ao lado do governador Rui Costa (PT) em uma vista ao interior foi o deputado da oposição Luciano Simões Filho (PMDB). Foi pego no flagra em uma fotografia publicada na internet. Hummmmm. Será que vai para o outro lado da queda de braço de Rui e ACM Neto (DEM)?

Netinho oportunista

Dizem as más línguas da política, e não são poucas, que o prefeito de Salvador subiu no palanque e resolveu cobrar solução para o problema na segurança pública à moda antiga. Ansiando assumir um cativo quarto no Palácio de Ondina, quis cobrar o atual que demitisse o secretário de Segurança Pública e o Comandante da Polícia Militar. Já passou da hora de a reforma eleitoral tratar de assuntos como estes: pré-campanha irresponsável e mais: ao que parece o prefeito acredita piamente que existe solução mágica para o problema mais crônico na contemporaneidade.

Inflexão

Aleluinha fez uma inflexão ao passado. Discurso raso e raivoso. O pior é que tem quem ouça e aplauda. Realmente, os tempos estão difíceis.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp