Colunas / Na Sombra do Poder

Na Sombra do Poder: a queda da Bastilha de Neto

Publicado em 01/10/2015, às 05h59   Editoria de Política (Twitter: @BocaoPolitica)


FacebookTwitterWhatsApp

A queda da Bastilha de Neto
De fortaleza, Alexandre Paupério, secretário de Gestão do prefeito ACM Neto (DEM), não teve nenhuma. Tal qual a queda da Bastilha nos idos da Revolução Francesa, o desespero de Paupério no trato com jornalistas nas últimas semanas dava margem a sua iminente saída, literalmente, da Gestão. Ficou insustentável para o prefeito conservá-lo. Tinhoso que só, o chefe do Palácio Tomé de Souza o manteve no cargo por quase 25 dias após o estouro da primeira leva de denúncias, principalmente para "não dar o braço a torcer". A imagem da gestão, após três anos intacta sobre condutas administrativas, saiu sangrando na porta de uma eleição decisiva que leva o percurso do seu resultado aos olhos do neto de vovô para o Palácio de Ondina em 2018. Paupério caiu, segundo nota oficial do Executivo, por vontade própria. Será? Uma enxurrada de denúncias surgiram e estavam para surgir. A oposição conseguiu o que queria: uma cruzada midiática contra o gestor. Não conseguiu resistir. O peso eleitoral falou mais alto. 
Na Saúde e na Pobreza
Dizem que em casamento ninguém deve interferir, mas houve quem tentasse jogar um véu na relação dos ideais administrativos estabelecidos entre o prefeito ACM Neto e o secretário municipal de Gestão, Alexandre Paupério, desde que denúncias do Ministério Público estadual começaram a surgir. Vizinhos, leiam-se Sindseps e oposicionistas, estavam de olho nas tentativas de acobertamento da “traição” de Paupério, por causa da boa vontade de secretarias da prefeitura em separar joio de trigo. Na Saúde, uma funcionária de confiança desvia quase R$ 5 milhões. Na Pobreza, um indicado desvia R$ 100 mil destinados a desabrigados. Aos mais atentos, os dedos-duros queriam desviar o foco de um rombo muito maior, supostamente aplicado pelo ex-gestor braço-direito de Neto. O casório, que já durava quase três anos, não suportou viver de aparências.
Câmara-madrinha
Preocupados com “o que a sociedade iria dizer” sobre o escândalo protagonizado por Alexandre Paupério, que afetava – e ainda afeta – diretamente a relação dele com o prefeito ACM Neto, vereadores da base do governo tinham colocado a Câmara Municipal como uma espécie de madrinha de casamento: faziam de tudo para que o assunto não caísse na boca do povo. As más-línguas afirmaram que a recorrente falta de quórum nas sessões da Casa Legislativa tinha como principal objetivo “abafar o caso”. Bastava citar o nome do secretário de Gestão para a sessão cair e os vereadores, por sua vez, caírem fora. Seguiam para visitar as bases eleitorais, enquanto as do Thomé de Souza permaneciam abaladas.
Novo escândalo?
E depois dos escândalos envolvendo Paupério, em supostos desvios de verbas na Educação; de servidora fraudando folha de pagamento na Saúde e grupo de mauricinhos estudantes de medicina embolsando dinheiro de desabrigados da Semps, mais uma denúncia vai deixar o prefeito ACM Neto (DEM) de cabelo em pé: o MP vai pra cima da coleta de lixo de Salvador. Fontes ligadas ao Bocão News garantem que a Semop da candidatíssima Rosemma Maluf poderá ser a bola da vez das investigações.
Evento grande
O Solidariedade jogou duro no evento desta semana. O Centro Cultural da Câmara de Vereadores ficou lotado com o evento que marcou a filiação de mais de 40 líderes comunitários, entre os destaques o vereador J. Carlos Filho e o ex-deputado J. Carlos, ex-petistas. O mesmo ato do PV foi grande, mas não foi tão badalado quanto. Resta saber se o próximo, a filiação do vereador Duda Sanches no DEM vai repetir a movimentação. A sigla, desta vez, é a mesma do prefeito...
Cruzada petebista I
O prefeito ACM Neto (DEM), em Brasília, anda tricotando com o deputado federal Benito Gama (PTB) a tomada do PTB. Tanto o chefe do Palácio Tomé de Souza quanto o antigo aliado do seu avô querem desbancar os Brito - Antônio e Edvaldo - do comando da legenda da Bahia. Motivo? Medo de uma candidatura avulsa. ACM quer minar a dita pulverização de candidatos a prefeito para as eleições de 2016 patrocinada pelo PT e pelo governador Rui Costa (PT) e assim forçar um segundo turno. O nome do vereador Edvaldo Brito ganhou corpo para o pleito do próximo ano...
Cruzada petebista II
Se conseguir a queda dos Brito, Benito comandaria o PTB, se viraria contra o governador Rui Costa (PT), assumiria de corpo e alma o projeto de ACM Neto (DEM) e encaminharia a candidatura de sua filha, funcionária da prefeitura, como vereadora. Os Brito, no entanto, pelo que se comenta, teria um plano B: O PSB de Lídice da Mata, que estaria disposta a acolhê-los e comprar as suas candidaturas: Edvaldo em Salvador e Antônio em Jequié. Ambos já estavam ensaiando uma possível coligação para a eleição do próximo ano.
Sonhando alto
Não é por nada, mas tucanos e fieis da Universal andam sonhando alto quanto às eleições de Salvador. Ambos não descartam compor uma chapa para disputar a vaga de prefeito de ACM Neto (DEM): o deputado Antônio Imbassahy (PSDB), candidato à prefeito com a deputada Tia Eron (PRB) como vice. Vai que cola, né?
Fora de circulação
Depois da briga pela imprensa entre vereadores de Salvador e a promotora de Meio Ambiente, Hortênsia Pinho, o que rendeu notas na imprensa contra a promotora, o Ministério Público decidiu por mantê-la distante dos holofotes. Nada de entrevistas. Agora, todo e qualquer esclarecimento sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso e do Solo (Louos) só por meio da assessoria de imprensa da entidade.
Chama o Samu!
Que o Brasil todo está em crise, todo mundo sabe. O que só chegou agora ao conhecimento do Bocão News foi a dificuldade da Câmara Municipal de Salvador em manter médicos e enfermeiros trabalhando. Há três meses o servidor que precisa de atendimento está frito. A piada agora é essa. Passou mal? Chama o Samu!
Provocação
Na apresentação do Relatório de Gestão Fiscal II Quadrimestre, o vereador Geraldo Júnior (SDD) provocou a colega Aladilce Souza (PCdoB). Em sua fala, a comunista reclamou do pouco tempo para se debruçar no relatório. Mas depois de falar por quase 20 minutos, passou o microfone para Geraldo Júnior que ironizou: “imagine se a vereadora tivesse tempo para se debruçar no relatório”. Ainda no evento, Geraldinho, teve um surto de memória e por diversas vezes chamou o secretário municipal da Fazenda, Paulo Souto (DEM), de governador. Foi, então, corrigido pela plateia. E rebateu: “é a vontade de que ele volte a governar a Bahia”.
Vira-casaca
É incrível como os políticos conseguem alterar discurso logo que mudam de posição partidária. Assim como tantos outros, o vereador Kiki Bispo tem feito bem este trabalho. Durante evento, nesta quarta-feira (30), fez um rasgado elogiou a administração do prefeito ACM Neto por manter, segundo ele, saudável as contas do município. Ao fim do seu discurso, o vereador Arnando Lessa (PT) soltou uma ironia: “vereador, o senhor mudou muito em apenas trinta dias”.
Contabilidade dos micos
A vice-prefeita Célia Sacramento não se cansa de pagar mico. Na semana passada, foi convidada para compor a mesa de uma formatura de estudantes de Direito. Elegante como sempre, discursou e tudo, mas na hora de parabenizar a turma largou mais uma pérola. “Parabéns, a esta turma de Contabilidade”, disse, arrancando risadas da plateia. Na hora foi corrigida, e saiu com a seguinte justificativa: “acabei de vir da formatura de uma turma de Contabilidade”. Vice-prefeita, a gente já perdeu a contabilidade dos seus micos!
Guerra da comunicação
A trégua acabou! Dalva de Oliveira não canta mais "bandeira branca, amor" quando passa o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Rui Costa (PT). A briga da comunicação, gerada pela retirada das faixas do governo em evento no Centro da capital baiana instaurou a antecipação da concorrência partidária e eleitoral de ambos os caciques políticos. Agora, os canhões estão virados um para o outro e as equipes de trabalho dos dois Executivos também compraram a briga. Aguardemos, o negócio vai pegar fogo!
Réveillon de ouro
Em tempos de crise, o Reveillon de Salvador vale ouro. Chamou à atenção a grade de programação da festa de fim de ano da capital baiana. Com atrações que beiram o luxo, o prefeito ACM Neto não poupou esforços para economizar e, em breve contabilidade, os custos com cachês dos artistas chegarão a R$ 6 milhões. Quem pagará a conta? Até agora somente dois patrocinadores: Hapvida e Brasil Kirin.
Ponto cortado
O diretor geral do Detran, Maurício Bacelar estava todo feliz em Camaçari fazendo campanha política para o PTN. Até então, nada demais, se o mesmo não tivesse cumprindo agenda oficial pelo órgão. Enquanto Bacelar segurava bandeira e entrava no clima partidário no dia do aniversário da cidade, 28 de setembro, o Detran divulgava nota oficial informando a imprensa que o órgão participava oficialmente do desfile cívico na festa de fundação da cidade. Afinal, Bacelar cumpria agenda oficial ou foi fazer campanha política? Será que vai ter ponto cortado? 
E agora, Nilo?
Sem PL, sem PSD e sem PDT, o que Marcelo Nilo vai fazer? Fascinado pelo poder, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia traça suas estratégias para se perpetuar no comando. Resta-lhe o Pros. Contudo, Maurício Trindade resiste. Segundo uma fonte do Bocão News, o que está em jogo é o “quem dá mais”. Se Nilo conseguir levar “suas bases” ou injetar bons recursos no partido, leva a melhor. Mesmo assim, ainda não é o que o ‘todo-poderoso’ quer. E agora, Nilo?
Mudança de planos
Diferente do que muitos pensam, o deputado Pastor Sargento Isidório pode ser candidato a prefeito de São Francisco do Conde e mudar de domicílio eleitoral até esta sexta-feira (2), prazo máximo dado pela Justiça Eleitoral. O ex-social cristão, que ainda não amarrou para qual partido irá, foi bem votado na cidade e lá, diferente da capital soteropolitana, teria uma eleição praticamente garantida. Até o fim da semana teremos a certeza das especulações.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp